Os Matsés e as fronteiras: conflitos, territorialização e a construção de uma identidade transfronteiriça

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Reis, Rodrigo Oliveira Braga
Orientador(a): Reesink, Edwin B.
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12121
Resumo: A presente dissertação trata da relação entre etnicidade e nacionalidade a partir da análise da situação do povo Matsés (Pano) que habita a zona limítrofe entre o Brasil e o Peru. Adotando a perspectiva de que as regiões fronteiriças configuram espaços que possibilitam observar as estratégias dos Estados e das populações locais de definição e redefinição territorial – processos que ainda são influenciados pela atuação de ONGs e de missões religiosas – buscaremos abordar a etnicidade e a nacionalidade como expressões identitárias interrelacionadas em um espaço sócio-cultural de fronteiras políticas entre países. A região estudada tem sido palco de diversas frentes econômicas, como a exploração da seringa e do caucho, posteriormente, a exploração madeireira e, mais recentemente, os projetos de concessão para exploração petrolífera no Peru e sua população é constituída de uma diversidade de povos indígenas (a exemplo dos que habitam a Terra Indígena Vale do Javari no Brasil), de comunidades ribeirinhas (pescadores, agricultores, seringueiros, extratores e coletores de modo geral) e por pessoas de outras regiões, como militares, pesquisadores e missionários. Neste cenário, os Matsés vêm estabelecendo diversas relações interétnicas ao longo do tempo, definindo e redefinindo sua identidade, construindo sua territorialidade e (re)formulando sua organização social e política. O quadro de relações estabelecidos entre os Matsés e as agências indigenistas governamentais e não-governamentais, aliado às dinâmicas internas ao grupo, têm provocado tanto processos de sedentarização e fixação de comunidades quanto a mobilidade de grupos ou sub-grupos na área do rio Javari e seus afluentes. Neste sentido, buscaremos discutir a configuração de novos padrões de territorialidade dos quais decorrem novas formas de organização social e política.