Excesso de gordura corporal e fatores associados em recém-ingressantes de uma universidade pública do Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: VILA NOVA, Larissa Pessoa
Orientador(a): CABRAL, Poliana Coelho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Nutricao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25556
Resumo: O ingresso na universidade é considerado um marco importante na vida de qualquer jovem, pois traz a necessidade de adaptação ao novo ambiente, com maiores responsabilidades e mudanças no estilo de vida. Essas condições podem propiciar a troca de refeições de qualidade por lanches pouco nutritivos, além da redução da atividade física, favorecendo o ganho de peso e de gordura corporal. Com base nessas informações, o objetivo desse estudo foi avaliar a ocorrência de excesso de gordura corporal e seus fatores associados em recém-ingressantes de uma universidade pública do Nordeste do Brasil. Trata-se de um estudo transversal analítico envolvendo 231 estudantes de ambos os sexos, avaliados através de questionário que abordou aspectos demográficos, socioeconômicos, de composição corporal, dietéticos e do estilo de vida. Os estudantes foram submetidos à aferição do peso, altura, circunferência da cintura (CC) e percentual de gordura corporal pela bioimpedância elétrica. Para indicar o excesso de gordura corporal foram utilizados os valores acima de 15% para homens e 23% para mulheres. Para indivíduos com idade até 19 anos, o diagnóstico de excesso de peso foi realizado pelo índice de massa corpórea (IMC) sendo classificado de acordo com idade e sexo, segundo os critérios da World Health Organization (WHO), 2007. Para isto, foi utilizado o software WHO AnthroPlus. Já os indivíduos acima de 19 anos, foram avaliados de acordo com os limites de corte de IMC para adultos, preconizados pela WHO (1997). Na identificação da obesidade abdominal foram utilizados a CC e partir dela a relação cintura-estatura (RCE). Os pontos de corte da CC foram ≥94cm para homens e ≥80cm para mulheres e RCE ≥0,52 para homens e ≥0,53 para mulheres. O consumo alimentar foi avaliado pelo questionário de freqüência alimentar com mensuração convertida em escores. Foram constituídos 2 grupos alimentares: protetores e preditores de risco cardiovascular. Os resultados evidenciaram uma amostra com predomínio do sexo feminino (71,4%), idade média de 20,0 ± 4,2 anos e 53,7% pertencentes a classe média. Dos 231 estudantes avaliados, 48% apresentaram excesso de gordura corporal, não sendo evidenciado diferencial estatisticamente significante quanto ao sexo e as características socioeconômicas e demográficas. Quanto as características do estilo de vida, observa-se que o fato de permanecer mais de 3 horas na televisão ou vídeo game, nunca ter feito dieta para perder peso e usar o alimento em situação de estresse se associaram ao excesso de gordura corporal. Além disso, o excesso de gordura corporal se associou com o excesso de peso, com a obesidade abdominal e com o fato do estudante se perceber acima do peso. Dessas variáveis, após o ajuste pela Regressão de Poisson, foram independentemente associadas ao excesso de gordura corporal: o excesso de peso, a obesidade abdominal, a percepção corporal de estar acima do peso e o uso do alimento em situações de estresse. Quanto aos dados de consumo alimentar, houve similaridade na distribuição das medianas dos escores segundo a idade, características antropométricas e de composição corporal. A alta prevalência do excesso de gordura corporal em universitários requer atenção, pois acarretam risco elevado para doenças crônicas não transmissíveis.