Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
NUNES, Ana Karolina de Santana |
Orientador(a): |
PEIXOTO, Christina Alves |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12599
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Resumo: |
O Sildenafil (Viagra®) promove acúmulo de monofosfato de guanosina cíclico (GMPc) através da inibição seletiva da fosfodiesterase-5 (PDE5). Embora esse medicamento mantenha um excelente nível de segurança e perfil de tolerabilidade, apenas disfunção erétil e, mais recentemente, hipertensão pulmonar são doenças tratadas atualmente com Sildenafil. Astrócitos e micróglia são células do SNC que exercem um papel importante em numerosas patologias do cérebro, incluindo a Esclerose Múltipla (EM). A EM é uma doença inflamatória crônica, caracterizada por desmielinização das células nervosas, que leva a severa deficiência psicomotora. Tem sido reportado que o acúmulo intracelular de GMPc modula a reação microglial e astrocitária e protege oligodendrócitos diferenciados (formadores da mielina), reduzindo danos causados à mielinização. Portanto, o presente estudo investigou os efeitos do Sildenafil em modelo de EM induzido pela ingesta de Cuprizona. Cinco camundongos C57BL/6 selvagens e cinco iNOS-/-, machos, com 7-10 semanas de idade, foram usados por grupo. Os grupos receberam, durante quatro semanas: 1) Cuprizona 0,2% misturada na ração, 2) Cuprizona na ração e Sildenafil 3, 25 ou 50 mg/Kg na água de beber (os iNOS-/- receberam apenas a dose de 25 mg/Kg), ou 3) Os controles receberam água e ração puras. Após os tratamentos, os cerebelos foram processados de acordo com a rotina para microscopia eletrônica de transmissão, western blotting, imunohistoquímica (parafina), imunofluorescência (congelação) ou coloração Luxol Fast Blue. Os resultados demonstraram que, nos animais selvagens, Cuprizona induziu temores, limitações motoras e alterações posturais nos animais, aumentou os níveis das proteínas GFAP e Iba-1, indicando gliose reativa e ativação microglial e aumentou COX-2, indicando um ambiente pró-inflamatório no cerebelo; além disso, provocou redução da espessura da mielina e da intensidade de mielinização e promoveu alterações ultraestruturais na bainha de mielina e nos axônios do cerebelo. Sildenafil protegeu significativamente o microambiente neural dos animais tratados com Cuprizona, apresentando efeito dose-dependente, cuja dose mais efetiva foi a de 25 mg/Kg. O tratamento com Sildenafil diminuiu os tremores e limitações motoras induzidos pela Cuprizona, manteve a expressão basal de GFAP e Iba-1, diminuiu fortemente a expressão de COX-2 e das citocinas pró-inflamatórias (IFN-γ, TNF-α, , IL-1β e IL-2), impediu a desmielinização e protegeu ultraestruturalmente a organização mielínica e axonal. Nos animais iNOS-/-, os efeitos clínicos induzidos pela Cuprizona foram semelhantes aos vistos nos animais selvagens e Sildenafil diminuiu esses efeitos. Cuprizona aumentou a expressão de GFAP, Iba-1 e IFN-γ. Nesses animais, entretanto, Sildenafil aumentou a marcação para GFAP, indicando que não teve efeito protetor nos astrócitos, na ausência do NO produzido pela iNOS. Por outro lado, diminuiu a expressão de Iba-1 e IFN-γ, indicando efeito anti-inflamatório e inativação da micróglia estimulada pela Cuprizona. Os animais iNOS-/- controle (sem nenhum tratamento) apresentaram alterações degenerativas na mielina, que foram agravadas pela Cuprizona. Sildenafil diminuiu a intensidade dessas alterações, embora não tenha resolvido-as completamente. Portanto, o aumento dos níveis de GMPc, pela inibição da PDE5, provavelmente agiu como antiinflamatório e agente protetor de astrócitos, micróglia e oligodendrócitos, diminuindo os danos ao tecido neural. Interessantemente, a via de ação do Sildenafil foi tipo celular-dependente, ou seja, foi independente do NO produzido pela iNOS em micróglia e oligodendrócitos e dependente em astrócitos. Portanto, após ensaios clínicos, o Sildenafil pode ser um medicamento compatível com a administração oral para a população com EM e outras doenças neurodegenerativas, promovendo efeitos benéficos adicionais aos tratamentos atuais. Esclarecer o mecanismo de ação do Sildenafil nas células neurais será alvo de estudos futuros do nosso grupo. |