Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
NASCIMENTO, Jéssica Catarine Frutuoso do |
Orientador(a): |
BELTRÃO, Eduardo Isidoro Carneiro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18070
|
Resumo: |
O carcinoma ductal invasivo (CDI) é o tumor maligno de mama mais comum e uma das principais causas de morte relacionada ao câncer em mulheres no mundo. A alteração no padrão de glicosilação é uma característica marcante do fenótipo tumoral. Dentre as reações glicosídicas alteradas no câncer está a fucosilação. Os tetrassacarídeos fucosilados sialil Lewis X (sLex) e sialil Lewis A (sLea) são ligantes reconhecidos pelas glicoproteínas transmembrânicas selectinas envolvidos nas interações célula-célula necessárias nos processos inflamatórios, hemostase/trombose, cicatrização de feridas e metástase tumoral. A etapa final na síntese do sLex e sLea é realizada pela ação da α1,3/4-fucosiltransferase (FUT3), enzima codificada pelo gene FUT3. A expressão do sLea em carcinoma mamário está relacionada ao estágio tumoral e maiores níveis desse antígeno foram encontrados em tumores metastáticos. Níveis elevados da enzima FUT3 está relacionada ao maior poder metastático em linhagens celulares de câncer de próstata e pâncreas e sua ação é fundamental para o mecanismo de transição epitelial-mesenquimal induzido por TGF-β no câncer colorretal. Apesar da ação pró-tumoral exercida pela enzima FUT3 e seus produtos, estudos vem demonstrando sua importância para a citotoxicidade mediada pelas células NK sobre células tumorais, tanto devido ao reconhecimento do antígeno sLex pelos receptores lectina do tipo C quanto devido a fucosilação dos receptores DR4 e DR5 por essa enzima que é fundamental para o desencadeamento da via de apoptose extrínseca estimulada pelo Apo2L-TRAIL. Visando o maior conhecimento do papel dessa enzima no câncer de mama, o presente trabalho objetivou avaliar os níveis teciduais da FUT3 em tumores mamários malignos (carcinoma ductal invasivo - CDI) de pacientes do Hospital das Clínicas da UFPE (HCUFPE) e do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), investigando se há correlação entre a expressão enzimática com a malignidade tumoral e o risco de metástase. A genotipagem da região promotora do gene FUT3 também foi realizada a fim de identificar possíveis SNPs relacionados à expressão dessa enzima. Para tal biópsias em parafina de carcinoma ductal invasivo (CDI) foram selecionadas no arquivo do Setor de Anatomia Patológica do HC-UFPE e do IMIP. Os níveis teciduais da FUT3 foram avaliados por imuno-histoquímica. O DNA foi extraído por metodologia adaptada de Ramalho et al. (2014), a região promotora amplificada por PCR e posteriormente sequenciada pelo método de Sanger modificado. As sequências obtidas em duplicata foram analisadas através do software CLC Main Workbench. A análise estatística foi realizada através do teste exato de Fisher para os dados de expressão e pelo teste de Qui quadrado para a análise genômica, ambas as análises utilizando o software GraphPad Prism v.5. Nossos resultados demonstraram que a ausência tecidual da enzima FUT3 está relacionada ao CDI em pacientes brasileiros, sendo mais freqüente em tumores maiores e negativos para o receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER2). Análise genômica mostrou que duas variações localizadas na região promotora do gene FUT3 estão associadas ao CDI, embora o efeito direto desses polimorfismos na expressão da FUT3 não pode ser avaliada. O alelo T do SNP rs73920070 (-6933 C> T) está associado a ausência da neoplasia enquanto que o alelo T do SNP rs2306969 (-6951 C> T) está associado a presença do carcinoma ductal invasivo na população brasileira. |