Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Juliana Catarine Barbosa da |
Orientador(a): |
MENEZES, Jaileila de Araújo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Psicologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25157
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Resumo: |
A presente tese possui como objetivo compreender a circulação dos múltipos discursos sobre o risco presentes no contexto do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC) e seus efeitos para os(as) usuários(as) e profissionais do referido sistema.Em nossa pesquisa utilizamos metodologias qualitativas e, como referenciais epistêmico-metodológicos, adotamos os estudos foucaultianos sobre discurso e a Psicologia Discursiva de origem inglesa. Realizamos 36 entrevistas semiestruturadas, sendo 15 com usuários(as) da defesa civil e 21 com profissionais que atuam em cinco órgãos distintos da área. Consultamos ainda 78 documentos, fornecidos pelas instituições participantes, que tratam sobre ações para gerenciamento de riscos. Em nossas análises, observamos que existe um regime de verdades sobre o risco que, para prevalecer, instala-se através dos discursos que o associam, no contexto das emergências e desastres, aos fenômenos da natureza. Esse discurso oficial é constantemente tensionado pelos atores que circulam nos territórios monitorados pela defesa civil, sejam como usuários(as), sejam como trabalhadores(as). Cada um,à sua maneira, aponta para as falhas nas propostas preventivas desses riscos e apresenta, ainda, uma multiplicidade de discursos sobre o risco que toca a extrema precariedade na qual vivem as pessoas que são alvos das políticas públicas de proteção e defesa civil. Identifica-se ainda no contexto pesquisado, uma forte associação entre pobreza e perigo, que longe de refletir sobre as desigualdades sociais dos territórios em risco, desqualifica o saber dos(as) usuários(as), ao passo que os responsabiliza pela produção dos riscos. Nesse sentido, consideramos que se faz urgente uma torção no conceito institucional de risco defendido pela defesa civil e um olhar para as desigualdades sociais que fazem com que, nas cidades brasileiras, para as classes menos favorecidas sejam reservados os guetos, os morros e as áreas sujeitas às sazonalidades das marés. |