Representações sociais e violência contra a mulher: um estudo na Delegacia da Mulher da cidade do Recife - PE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: COSTA, Silvana do Rosário Menino da
Orientador(a): CASTANHA, Alessandra Ramos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16713
Resumo: A presente pesquisa investigou as Representações Sociais da mulher em situação de violência conjugal de policiais civis. Foi realizada na 1ª Delegacia de polícia de prevenção e repressão aos crimes contra a mulher, localizada na cidade do Recife/PE. Teoricamente se baseou na Teoria das Representações Sociais, desenvolvida por Serge Moscovici (2012), sob a perspectiva da abordagem culturalista de Denise Jodelet (1989). A estratégia metodológica utilizada foi a pesquisa qualitativa e os instrumentos de coleta de dados foram o diário de campo, desenvolvido através da observação não participante, e a entrevista semiestruturada. Para análise dos dados foi utilizada a Análise de Conteúdo Temática (BARDIN, 2009), seguindo as etapas operacionais: constituição do corpus, leitura flutuante, codificação, categorização e inferências. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Pernambuco, pautando-se na resolução 466/12, que orienta a pesquisa com seres humanos. A análise apontou que as mulheres que estão em situação de violência conjugal são representadas principalmente a partir de dois polos: “as vítimas e as verdadeiras vítimas”; apontando para os usos que são feitos da DM e para a forma como os/as policiais se pautavam frente a elas. Tais representações foram ancoradas e objetivadas em concepções ligadas à esfera biológica, social, emocional e de saúde. Foi observado que os/as policiais procuravam agir de forma neutra e imparcial em função deste pensamento, buscando não se envolver emocionalmente com estas mulheres para se proteger do impacto que esta vivência poderia gerar, e para não favorecer no seu atendimento nem às mulheres nem aos homens. Estes dados apontam que novos caminhos precisam ser traçados para que a mulher, ao acionar a DM, encontre acolhimento e possibilidades de uma vivência mais digna, longe da violência. Contudo, para que isto se torne uma realidade, a DM também precisa ser um espaço de realização para os/as policiais que nela atuam, cenário este que não foi percebido em função da precariedade que a DM apresenta e da absorção de demandas que deveriam ser trabalhadas por outros órgãos da rede de atenção à mulher.