Trauma ocular por fogos de artifício em Pernambuco : uma causa endêmica de deficiência visual e cegueira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: CARVALHO, Tiago Cavalcanti de
Orientador(a): LIRA, Rodrigo Pessoa Cavalcanti
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Cirurgia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49012
Resumo: Fogos de artifício causam acidentes que resultam em traumatismos oculares em vários países, entretanto no Brasil os dados sobre o tema são escassos. Este estudo busca descrever as características demográficas e clínicas das vítimas de trauma ocular provocado por fogos de artifício atendidas nas emergências oftalmológicas de dois centros de referência em Pernambuco e identificar fatores relacionados a mau prognóstico visual. Foi realizada avaliação retrospectiva do prontuário de 314 pacientes e coleta de dados acerca de idade, gênero, procedência, mês e ano do acidente, lateralidade, estruturas oculares acometidas e características das lesões, além do tipo de tratamento a que os pacientes foram submetidos. Naqueles acompanhados por mais de 30 dias, analisou-se o grau de deficiência visual final e a associação com a procedência. Foram incluídas as vítimas cuja entrada na emergência ocorreu entre janeiro de 2012 e dezembro de 2018. Foram incluídos 370 olhos de 314 pacientes no estudo. Destes, 248 (79,0%) vítimas eram do sexo masculino, 160 (51,0%) da região metropolitana do Recife e 277 (88,2%) tinham menos de 50 anos na ocasião do trauma. Em 56 (17,8%) dos casos o trauma foi bilateral. No mês de junho ocorreram um total de 152 (48,4%) casos. Os sítios mais acometidos foram pálpebras, em 91 (24,6%) olhos, e superfície ocular, em 252 (68,1%). Tratamento cirúrgico foi necessário em 87 (23,5%) olhos. Após o acompanhamento, 37 (10,0%) olhos desenvolveram visão pior do que 20/400. Destes, 34 (91,9%) olhos eram de pacientes do interior do estado ou de outro estado. Os pacientes provenientes do interior do estado apresentaram maior chance de desenvolver cegueira quando comparados aos que provêm da região metropolitana. As vítimas de trauma ocular por fogos de artificio foram em sua maioria do sexo masculino, principalmente nas faixas etárias pediátrica e economicamente ativa e procedentes da região metropolitana do estado. Aqueles provenientes do interior e de outros estados apresentaram maior chance de desenvolver cegueira.