“Capitão Nascimento” e os Direitos Humanos : a construção do Ethos policial a partir de Tropa de Elite

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SILVA, Demétrios Wagner Cavalcanti da
Orientador(a): LEAL, Maria Virgínia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Direitos Humanos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34223
Resumo: Nessa pesquisa, buscamos responder a seguinte questão: que significados são desvelados no filme Tropa de Elite na construção do Ethos policial? Para atingir os objetivos da investigação, nos pautamos em estudos de Análise do Discurso (AD), especificamente sobre conceitos de cenografia e Ethos discursivo em Maingueneau, como também nas concepções formulaicas de Alice Krieg-Planque. Lançado no Brasil em 2007, inicialmente o filme Tropa de Elite gozou (e provavelmente ainda goza) de forte influência na construção identitária do policial no imaginário popular. Tal construção está permeada por disputas discursivas que sinalizam dicotomias em uma sociedade que rechaça a violência policial, mas aplaude e heroiciza o Capitão Nascimento. Este fenômeno paradoxal instiga o debate acerca do Ethos policial. Foram feitos extratos textuais das falas do Capitão Nascimento, como a face material através da qual acessamos as ideologias, para identificar como se deu essa construção e quais os efeitos de sentido produzidos nos diversos interlocutores com os quais o filme dialoga. Para tanto se recorreu também a uma reconstrução histórica, a partir de recortes jornalísticos da época do lançamento do filme, a fim de melhor compreender a “calorosa” receptividade da controversa obra, bem como a aplicação de questionários para apurar as representações ou imagens do “policial” conforme os efeitos de sentido possibilitados pela obra fílmica mesmo após seu lançamento. A pesquisa revelou que não há como negar a capacidade que a arte tem de captar o “espírito do seu tempo”, registrar a memória-acervo, e/ou antecipar o futuro, produzindo cenários, e foi para tal fim que se buscou nesse trabalho enfrentar-se, sob rigor científico, os elementos representados na obra sob a perspectiva da Análise do Discurso francesa, considerando o modo como esta corrente vê a relação entre sujeito e discurso em uma perspectiva social e histórica.