Mortalidade fetal no Recife/Pernambuco, 2010 a 2021 : tendência temporal, evitabilidade e sua relação com a vigilância do óbito
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso embargado |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Saude da Crianca e do Adolescente |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/53387 |
Resumo: | A mortalidade fetal representa um problema de saúde pública em todo o mundo. Analisar a tendência e a evitabilidade dos óbitos fetais contribui para o planejamento de intervenções e para o monitoramento da qualidade dos cuidados pré-natais e intraparto. O objetivo deste estudo foi analisar a tendência temporal da mortalidade fetal segundo duas classificações de evitabilidade e sua relação com a vigilância do óbito no Recife/Pernambuco de 2010 a 2021. Realizou-se um estudo de tendência temporal, com dados dos Sistemas de Informações sobre Mortalidade e sobre Nascidos Vivos, utilizando o modelo de regressão Joinpoint. O teste de McNemar para amostras pareadas foi aplicado para comparar a evitabilidade dos óbitos segundo a Lista Brasileira de Causas de Morte Evitáveis para óbitos fetais (LBE-OF) e a Lista Brasileira de Causas de Morte Evitáveis para menores de cinco anos (LBE < 5). O coeficiente de correlação de Spearman foi utilizado para verificar a relação entre o percentual de óbitos fetais investigados e discutidos pela vigilância do óbito e a mortalidade fetal por causas evitáveis e mal definidas, segundo a LBE-OF e a LBE < 5. Entre 2010 e 2021, foram registrados 2.490 óbitos fetais e 262.300 nascidos vivos de mães residentes no Recife. A mortalidade fetal apresentou tendência temporal estacionária. Para as duas classificações, houve maior frequência de óbitos no grupo de causas evitáveis. A LBE-OF apresentou menor número de óbitos evitáveis (n= 1.814; 72,9%), em comparação a LBE < 5 anos (n= 2.091; 84%) e maior número de óbitos por causas mal definidas (n= 471; 18,9%), em relação a LBE < 5 anos (n= 205; 8,2%). Entre os subgrupos de evitabilidade, o reduzíveis por adequada atenção na gestação apresentou maior frequência, com a LBE-OF apresentando maior número de óbitos (n= 1.447; 79,8%), em comparação a LBE < 5 anos (n= 1.355; 64,8%). A mortalidade fetal evitável apresentou tendência crescente segundo a LBE-OF (APC: 2,1; p = 0,018) e estacionária segundo a LBE < 5 anos. Houve tendência decrescente para a mortalidade fetal por causas mal definidas conforme a LBE-OF (APC: -12,3; p < 0,001) e estacionária segundo a LBE < 5 anos. Verificou-se correlação negativa entre o percentual de óbitos fetais investigados e discutidos e a mortalidade fetal por causas mal definidas segundo a LBE-OF (ρ = -0,64; p = 0,032) e a LBE < 5 anos (ρ = -0,82; p = 0,002). Conclui-se que, no período do estudo, a mortalidade fetal no Recife apresentou tendência temporal estacionária e a maior parte dos óbitos fetais foi evitável, principalmente por meio da adequada atenção à mulher na gestação. A mortalidade fetal por causas evitáveis apresentou tendência crescente e a mortalidade por causas mal definidas, tendência decrescente, segundo a LBE-OF. Conforme a LBE < 5 anos, considerando o período completo da série, houve tendência estacionária para a mortalidade fetal por causas evitáveis e mal definidas. Entre 2011 e 2021, a elevação do percentual de óbitos fetais investigados e discutidos pela vigilância do óbito se associou a menores taxas de mortalidade fetal por causas mal definidas. |