Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
SOUZA, Pâmella Grasielle Vital Dias de |
Orientador(a): |
SILVA, Nicácio Henrique da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/28419
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Resumo: |
Conhecida popularmente por “urtiga” ou “cansanção”, Cnidoscolus urens é uma espécie pertencente a família Euphorbiaceae, endêmica da Caatinga. Bastante conhecida pela presença de pelos urticantes. Segundo conhecimentos populares, esta espécie é utilizada como fitorerápico, utilizando- se principalmente raiz e caule para o tratamento de muitas enfermidades, tais como inflamação da próstata e cistos ovarianos. Em estudos fitoquimicos, metabólitos secundários como flavonóides, antraquinonas, terpenos, taninos, antocianinas, esteróides e xantinas, foram detectados em extrados organicos de C. urens. O presente estudo objetivou investigar o perfil fitoquímico e avaliar o potencial antitumoral, antidiarreico e inseticida dos extratos aquoso e orgânico de C. urens coletadas em Caruaru/ área de Caatinga- PE. Para tanto, foi investigado por cromatografia de camada delgada (CCD), os metabólitos secundários produzidos por C. urens presente em extratos aquoso, acetato de etila e n-butanólico. A toxicidade foi verificada seguindo o guideline OECD. Para a atividade antitumoral, utilizou-se ensaios antiproliferativo in vitro sobre células de linhagem HELA e in vivo, em animais com carcinoma de Ehrlich induzido, sendo tratados com extrato aquoso e etanólico, administrados numa concentração igual a 200mg/kg. A atividade antidiarreica foi averiguada pelas metodologias sobre o efeito nas fezes normais, diarreia induzida por óleo de rícino, ensaio de enteropooling e transito intestinal por carvão ativado, para tal, os animais foram tratados com extrato etanólico de partes aéreas (folha, semente e flor) de C. urens. Quanto a atividade inseticida, o extrato metanólico e também suas frações: éter, clorofórmio, acetona e metanol, foram avaliados quanto a sua toxicidade por ingestão e contato, além do índice de deterrência alimentar. Os testes fitoquímicos demonstraram a presença de taninos, flavonoides, açúraces redutores, terpenos e cumarinas. No modelo de atividade in vitro o extrato aquoso e etanólico (Aq200 e EtOH200) demonstroram moderada ação citotóxica para as metodologias testadas para os modelos in vitro (MTT e Vemelho neutro). Para a atividade in vivo, os extratos Aq200 e EtOH200 produziram um percentual de redução do crescimento tumoral igual a 84.4% e 79.2%, além de causar uma melhora representativa do perfil bioquímico e hematológico. Todos os extratos de C. urens foram avaliados quanto a sua toxicidade e não mostrou ação toxica na dose máxima testada (2000mg/kg). Quanto a avaliação antidiarreica o extrato etanólico de partes aérea de C. urens nas doses de 200 e 400mg/kg, mostraram excelentes resultados. Para o ensaio de diarreia induzida por óleo de rícino foi observado uma redução no numero total de fezes (7.0 e 7.2), respectivamente, para o ensaio que avalia o acumulo de fluido, a redução foi de 23.4 e 20.8 para as concentrações de 200 e 400 mg/kg, respectivamente. Já a avaliação do trânsito intestinal os resultados encontrados foram iguais a 36.3% para EtOH200 e 25.5% para EtOH400. Os extratos de C. urens também foram testados quanto sua ação inseticida e mostrou-se ser um potente agente. Para os testes inseticida, duas metodologias diferentes foram utilizadas, avaliando a ação inseticida por ingestão e contato. Quando espécies de Sitophylos zeamais foram expostos a uma dieta contendo MeOH (0.18; 0.25; 0.5 mg/g) e MeOHFrac (0.25- 0.5 mg/g) foi observado uma indução de 27 a 90% e 33 a 91% de mortalidade por ingestão, respectivamente. O percentual de mortalidade por contato foi avaliado para os mesmos extratos nas concentrações de 50 e 100 μg/mL e apresentou 45 a 75% e 77 a 87% de mortalidade respectivamente. A LC₅₀ também foi determinada, tanto por ingestão para MeOH e MeOHFrac (LC₅₀= 0.241 mg/g e LC₅₀= 0.11 mg/g, respectivamente), quanto por contato para os mesmos extratos (LC₅₀=0,012 μg/inseto e LC₅₀= 0.026 μg/inseto), também respectivamente. Essas metodologias também nos permitiram avaliar que os extratos induziram mudanças significativas nos indices nutricional, além de induzir rejeição do alimento disponibilizado durante o ensaio. Todos estes resultados contribuem para confirmar a hipótese popular de que C. urens possui ação antitumoral, antidiarreica e inseticida. Estes resultados corroboram com o enriquecimento bibliográfico científico e contribuem para uma pespectiva na produção de novos fármacos e agentes inseticidas mais eficazes e com menor efeitos adversos. |