Análise radioquímica de dentes e ossos alveolares de habitantes de área influenciada por material radioativo de ocorrência natural
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Odontologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34113 |
Resumo: | Os metais e radionuclídeos apresentam distribuição não homogênea no ambiente, o que possibilita concentrações elevadas em determinadas áreas, podendo ocorrer interações com a cadeia alimentar, possibilitando a absorção por estruturas orgânicas. Neste processo, podem depositar-se em ossos e dentes, possibilitando exposição contínua à radioatividade. Para tanto, o objetivo desta pesquisa refere-se à quantificação de metais e radionuclídeos, que compõem a estrutura de dentes e ossos alveolares de habitantes de área uranífera do estado da Paraíba, bem como de áreas circunjacentes que sofrem influência das atividades anômalas de elementos radioativos naturais. A pesquisa seguiu os parâmetros do Comitê de Ética sob parecer nº 1.200.616/2015, CAAE nº 44325315.3.0000.5208. Foram utilizados 89 dentes, dos quais 10 provenientes de indivíduos do município de São José de Espinharas, 23 de Patos, 9 de São Mamede, 17 de Santa Luzia, 9 de São José do Sabugí, 10 do Junco do Seridó e 11 da Região Metropolitana do Recife, sendo 7 espículas ósseas provenientes de Santa Luzia, São Mamede e Patos. Os espécimes foram pulverizados e fracionados em 500 mg para análises por Fluorescência de Raios-x por Dispersão de Energia (EDXRF), em seguida fracionados em 200 mg e digeridos com HNO3 p.a. (~65%) para análises por Espectrometria de Absorção Atômica com Chama (FAAS) e Espectrometria de Massa por Plasma Acoplado Indutivamente (ICP-MS). Foram quantificadas as concentrações de Ca, Cu, Fe, Si, Mn, Ni, Pb, Sr, Ti, V e Zn por EDXRF, K e Mn por FAAS e Th e U por ICP-MS. Dentre os elementos analisados, o Ca obteve as maiores concentrações, com média de 272.986,4 mg/kg. O Ni, porém, obteve o menor resultado (30,4 mg/kg). Para o radionuclídeo U, os resultados obtidos em 84 amostras de dentes variaram entre 1,5 e 145,0 mg/kg, sendo 27,4% dos valores superiores ao valor de referência (8,1 μg/kg), o que indicou incorporação de material radioativo natural além do limite estabelecido. Para o radionuclídeo Th, de um total de 56 amostras com valores obtidos, 37,9 % foram superiores ao limite (3,5 μg/kg) estabelecido por órgãos de certificação. Nas espículas ósseas analisadas foram identificados valores para U (45,1 μg/kg a 1.451,2 μg/kg) e para Th (7,5 μg/kg a 78,4 μg/kg) superiores aos limites em 100% das amostras avaliadas. Foram identificados os radionuclídeos U e Th em todos os municípios analisados e o município de São José do Sabugí obteve maiores resultados para ambos os elementos em dentes, sugerindo contaminação através de alimentos e consumo da água. As espículas ósseas apresentaram os maiores valores para os radionuclídeos avaliados, sendo superiores em até 179 vezes ao limite estabelecido, no caso do U. Estes resultados apontam para um alto risco de contaminação em moradores de região anômala em U, sendo necessários estudos adicionais para avaliar os riscos biológicos desta exposição. |