Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
NÚÑEZ, André Oliveira de Assis |
Orientador(a): |
FERREIRA, Sandra Patrícia Ataíde |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46049
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Resumo: |
O psicólogo hospitalar é um profissional privilegiado dentro da equipe de saúde, pois detém recursos para lidar com diversas questões de ordem psicológica dos pacientes e seus familiares. Desse modo, partindo-se do enfoque da Clínica da Atividade, que é uma metodologia de ação para mudar o trabalho e que propõe meios de agir sobre as relações entre atividade e subjetividade, e sobre o sujeito e o coletivo, foi analisado o trabalho do psicólogo no ambiente hospitalar. Outro conceito usado no âmbito profissional dos psicólogos hospitalares foi o Bem-Estar Subjetivo, que se refere à avaliação que um indivíduo faz da sua satisfação geral com a própria vida e sobre a sensação de ter experimentado mais afetos positivos do que negativos durante toda a sua vida. Auxiliando a análise deste profissional acrescenta-se o processo cognitivo da autoconsciência, que é um processo de autofocalização, no qual o self tem a capacidade de refletir sobre si mesmo. Somado a isso, utilizou-se o conceito de sentido de trabalho deste profissional, que é definido como o entendimento dos trabalhadores daquilo que eles fazem no trabalho assim como a relevância do que eles realmente executam. A presente pesquisa teve como objetivo geral investigar as relações entre a autoconsciência, o poder de agir, sentido de trabalho e o bem-estar na atividade laboral dos psicólogos hospitalares, e mais especificamente, buscou: (a) analisar quais são os sentidos de trabalho dos psicólogos hospitalares; (b) identificar o gênero profissional e o estilo dos psicólogos hospitalares; (c) analisar o poder de agir do psicólogo hospitalar no contexto de trabalho; (d) identificar o nível de bem-estar e os fatores que geram esse aspecto nos psicólogos hospitalares; (e) verificar os níveis e os tipos de autoconsciência entre os psicólogos hospitalares. Para isso, foi desenvolvido um estudo com métodos mistos, que combinam abordagens quantitativas e qualitativas de pesquisa em uma mesma investigação. A metodologia adotada no primeiro momento foi o uso de escalas psicométricas e informações quantificadas para investigação das interrelações entre todos os aspectos do estudo e a resposta livre de um questionário com a pergunta-eliciadora sobre os sentidos da atividade em psicologia hospitalar: “Qual o sentido do trabalho para você?”. No segundo momento, através da realização de uma entrevista exploratória, colheram-se informações de dois psicólogos, somada à realização de uma dinâmica intitulada “realiza/não realiza” baseando-se na pergunta-eliciadora. Participaram da pesquisa, no primeiro momento, 21 psicólogos de um hospital público da cidade de Recife/PE. Após a realização deste primeiro momento, dispuseram-se a participar do segundo momento 02 psicólogos deste grupo inicial. Os principais resultados apontam para 06 categorias temáticas de sentido produzidas através da pergunta-eliciadora, que são “a estrutura do atendimento em psicologia”, “a natureza da clínica no contexto hospitalar”, “a identificação e gratificação profissional”, “o suporte emocional/cuidado ao outro e relevância social”, “as características do trabalho em psicologia hospitalar” e “a dimensão ética-política”. Sobre o gênero profissional, observou-se uma falta de engajamento aos eventos novos, como o lidar com a pandemia, e sobre o estilo, observa-se que, para a residente, este se caracteriza pela realização da sua função enquanto psicóloga no suporte emocional ao paciente e, para o segundo entrevistado, pelo processo de identificação com a profissão. No que se refere ao poder de agir, para a primeira entrevistada, percebeu-se uma restrição na sua liberdade de atuar tanto em relação a uma ideia inovadora quanto a ações que quis realizar exercendo a sua função, impedindo assim a sua atividade; já para o segundo entrevistado, o Hospital proporciona condições para o profissional inovar, resultando no aumento do seu poder de agir. Além disso, sobre os resultados quantitativos, houve correlações entre os aspectos do ambiente laboral dos psicólogos hospitalares, as escalas de autoconsciência, a escala de bem-estar subjetivo e as categorias temáticas, sendo possível inferir que os psicólogos que possuem traços de autoconsciência mais reflexivos, tende a ter um sentido de trabalho positivo, visualizando como desafios os problemas que surgem, ampliando a possibilidade de desenvolvimento do poder de agir e um adequado bem-estar. Por outro lado, quando encontramos psicólogos que são mais ruminadores (sustentados por sentimentos negativos de ameaça e perda), podemos encontrar nestes sujeitos uma menor percepção de bem-estar, com um menor de sentido de trabalho e com pouco desenvolvimento do poder de agir. |