“Até Oxalá vai à guerra" : protagonismo político e modos de atuação das Comunidades Tradicionais de Matriz Africana na esfera pública da Cidade de Belém-PA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: BRITO, Selma de Sousa
Orientador(a): CAMPOS, Roberta Bivar Carneiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Antropologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38760
Resumo: A presente tese propõe analisar os processos de formação da pessoa política nas Comunidades Tradicionais de Matriz Africana na cidade de Belém (Pará) e a forma como, paulatinamente, tais engajamento político resultaram na elaboração de demandas de políticas públicas para o enfrentamento à intolerância religiosa e garantia de direitos básicos. Para tanto, registro etnograficamente o movimento de uma sacerdotisa de candomblé de nação angola em seus percursos temporais e espaciais no que tange à questão da sua formação política e sua socialização religiosa. Seguir esses percursos foi, também, problematizar os significados que são agenciados em suas narrativas, da forma como são contadas, das negociações entre memórias, fatos e, sobretudo, seleção de escopos necessários para a militância, organização e habilidades políticas aprendidas com outras organizações sociais. Seus trajetos nos levam à ocupação de espaços públicos institucionais e às ruas, à produção de estratégias cada vez mais elaboradas dos atores religiosos em um coletivo difuso e controverso, porém bastante persistente em seus projetos políticos. Os resultados alcançados se dão em duas dimensões: a primeira leva em consideração que o despontar político da pessoa de terreiro advém de uma congruência de fatores que se assemelha ao acúmulo de axé, ou seja, tanto na religião quanto na política, valor e sujeito são personificados, qualificados, o que garante habilidades conforme saber angariado e obrigações cumpridas na tradição e nos movimentos sociais; a segunda, diante da necessidade de valorização do patrimônio material e imaterial da herança africana no Brasil e na Amazônia, considera que ações coletivas do movimento afrorreligioso pautado em repertórios étnico-raciais se irrompem na esfera pública, moldando comportamentos sociais no que concerne a valores de cidadania e participação social nos espaços dos terreiros, assim como forjam o debate e a controvérsia pública entre Estado e Sociedade Civil.