Educação das relações étnico-raciais e prática curricular de enfrentamento do racismo na UNILAB

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: FERREIRA, Michele Guerreiro
Orientador(a): SILVA, Janssen Felipe da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32814
Resumo: A presente pesquisa versa sobre a educação das relações étnico-raciais na praxis curricular de cursos de formação de professoras/es da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB, a qual nasce no contexto marcado pela forte presença dos movimentos sociais no Brasil, especialmente dos Movimentos Negros. De tal modo, além de ser uma instituição que se insere no rol das políticas para democratização do ensino superior, ancorada na política de interiorização e internacionalização do referido ensino, ela se distingue pelo seu caráter integrador com cinco países africanos e demais países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A presença de estudantes africanas/os vai tocar em uma das feridas coloniais mais sensíveis no Brasil, que é o racismo. Nosso intuito é compreender as concepções de racismo e as práticas de seu enfrentamento sob a perspectiva dos sujeitos curriculantes (docentes e discentes). Como opção política e epistêmica, adotamos como abordagem teórica o Pensamento Decolonial (QUIJANO, 2005, 2007; DUSSEL, 1994, 2005; GROSFOGUEL, 2007a, 2008, 2016; MIGNOLO, 1996, 2005b, 2007, 2008, 2011; MALDONADO-TORRES, 2006, 2007a, 2008, 2016; WALSH, 2007, 2008, 2010, 2014). Entendemos que as chaves conceituais trazidas por estas/es autoras/es em diálogo com as perspectivas pós-críticas do Currículo, especialmente as Pós-colonialistas, estão interessadas em desenvolver sistemas de interpretação que valorizam a prática educacional e social com a finalidade de desenvolver um pensamento e uma ação (praxis) decolonizadora, ou seja, visam romper hierarquias epistêmicas. Para tanto, baseados na abordagem da pesquisa qualitativa e de acordo com os objetivos traçados nesta pesquisa tomamos como campo empírico quatro licenciaturas (História, Letras, Pedagogia e Sociologia) dos campi da UNILAB em Redenção-CE e Acarape-CE, onde além de seus PPC, também lançamos mão para a produção e coleta de dados do questionário; do diário de campo (SOUZA, 1999); do uso da observação (GEERTZ, 1998; GUBER, 2001) e do uso de entrevistas não diretivas (GUBER, 2001), que foram analisados por meio da Técnica da Análise de Conteúdo, via Análise Temática (BARDIN, 2011; VALA, 1990). Os dados revelam que as concepções de racismo expressas nos documentos analisados, bem como as dos sujeitos curriculantes vão ter rebatimento nas práticas curriculares apontadas/vivenciadas pelos sujeitos curriculantes. As práticas curriculares analisadas trazem uma coerência com as determinações da política curricular para a educação das relações étnico-raciais, estão previstas na maioria dos PPC dos cursos e, embora pouco reconhecidas pela comunidade acadêmica, são reconhecidas como ações relevantes. Ao considerar o currículo como uma unidade plural-complexa-articulada pudemos identificar distintas praxis curriculares de enfrentamento do racismo e do racismo epistêmico na UNILAB, protagonizadas pelos diversos sujeitos curriculantes que marcham juntas/os para a superação do racismo.