Transescrita das Escrevivências Literárias de Conceição Evaristo e Miriam Alves : vozes negras suplantando o trauma escravocrata

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: FERREIRA, Janaina de Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/56839
Resumo: Esta pesquisa investiga como a literatura negra trabalha a (re)elaboração e suplantação do trauma escravocrata, a partir das teorias da “Escrevivência” de Conceição Evaristo e da “Transescrita” de Roland Walter, nas obras Ponciá Vicêncio de Conceição Evaristo (2017) e Maréia de Miriam Alves (2019). Através dessas aproximações teóricas analiso a oralidade como elemento central para a formação de uma crioulização da linguagem negra-brasileira (Glissant, 2023). Nesse intento, abordo a “copresença” por Mary Pratt (2008) e Stuart Hall (2023) como uma característica particular da Diáspora Negra. Esse conceito me permite (re)interpretar a diáspora como um espaço traduzido e agente dessa tradução. Ainda para entender como as tensões identitárias convergem entre si, (re)construindo e formando novas identidades e culturas, investigo como a casa racial atua na dominação de todos os corpos, prendendo-os em seus grilhões raciais (Morrison, 2020). A hipótese é de que, ao investigar essas tensões produzidas no limbo dessa casa, será possível produzir rotas, encruzilhadas e outros caminhos para a superação das suas correntes, ou ao menos instigar produções que se desafiem a caminhar pelos perigos da casa racial (Nascimento, 2016; Munanga, 2019). Posto isto, examino essas narrativas posicionadas em direção à Porta do Não Retorno (Brand, 2022). O objetivo é observar como a Diáspora Negra cria e (re)cria, concomitantemente, o sentimento de (des)pertencimento negro das Américas (Brah, 2005; Davies, 2003). Para isso, busco os escombros de uma memória negra distante e destruída, para então repensar a tarefa de (re)modelação da casa racial pela “metáfora do home” (Morrison, 2020). Portanto, a importância desta pesquisa encontra-se na interpretação da “transescrita das escrevivências” como concepção teórica que possibilite ao sujeito negro meios para se inscrever no mundo à medida que modifica e transpassa o trauma da escravidão, para a (re)construção de um mundo (futuro) melhor (Krenak, 1992).