Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
BITTENCOURT, Renato Libardi |
Orientador(a): |
OLIVEIRA, Richard Romeiro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Filosofia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25785
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Resumo: |
O problema filosófico fundamental que essa dissertação pretende compreender é como Platão pensa, no contexto da República, as relações ente a “Excelência” (areté), a “Justiça” (dikaiosýne) e o “Saber” (epistéme). Ora, analisando o referido diálogo, percebemos que nele o filósofo efetua, aos poucos, todo um desenvolvimento discursivo que visa instituir uma conexão intrínseca entre esses elementos, buscando justificar uma compreensão rigorosamente cognitivista da práxis humana que desemboca na tese de que a retidão do agir político e moral só é possível a partir da orientação fornecida pela razão e pelo saber, princípios que se encontram acima das leis escritas e normas convencionais da cidade ou dos costumes ancestrais do povo da Hélade (representados nas falas dos interlocutores de Sócrates no diálogo). A questão da Excelência humana ou, no vocabulário grego, da areté, ocupa um lugar de fundamental importância no pensamento de Platão, desde obras da juventude, como Laques, Cármides ou Eutífron, textos em que o filósofo explora algumas das virtudes tão idealizadas no mundo helênico, como a moderação, coragem, piedade, entre outras. Na República, texto da maturidade e uma de suas mais aclamadas obras, Platão dará um passo além e tentará elaborar uma compreensão mais sistemática dessa questão, mediante uma investigação dialética acerca do problema da natureza Justiça. A escolha platônica da justiça como objeto principal das investigações da República constituía um procedimento estratégico. De fato, a justiça era, no mundo grego, concebida como a virtude máxima ou suprema, “a virtude por antonomásia”, como nos informa Jaeger, que englobava todas as demais. Consequentemente, uma compreensão mais satisfatória da sua natureza promoveria um entendimento mais consistente do problema da Virtude (tanto no plano das ideias quanto no plano da práxis humana). Ora, o filósofo ateniense constrói toda uma argumentação cognitivista, no diálogo, em que o tema da Excelência aparece, aos poucos, como inseparável do problema do Saber (epistéme). Nesse sentido, pode-se dizer que o esforço de Platão, na República, se volta inteiramente para a tentativa de mostrar que o Saber constitui o princípio que fundamenta a excelência dos homens, excelência que, em última análise, encontra sua expressão máxima na Justiça. |