Intrusão salina e suas implicações sobre a comunidade fitoplanctônica e estado trófico em um estuário de macromaré (Rio Itapecuru – Golfão Maranhense)
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Oceanografia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/51276 |
Resumo: | A intrusão da água do mar em ambientes costeiros é um fenômeno hidrológico natural que caracteriza a dinâmica estuarina. Esses sistemas são altamente sensíveis ao aos efeitos da elevação do nível do mar, constituindo uma das causas mais importantes da salinização, responsável por alterar os padrões ecológicos de distribuição e estrutura das comunidades. Este trabalho foi desenvolvido em um estuário de macromaré (rio Itapecuru), localizado na Região Hidrográfica do Atlântico Nordeste Ocidental, que está sob constante perturbação antrópica e salinização de suas águas. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar a variabilidade espaço-temporal da comunidade fitoplanctônica e do estado geral de eutrofização em respostas as alterações ambientais promovidas pela intrusão salina. Para tanto, variáveis físicas, químicas e biológicas foram coletadas ao longo do continuum rio-estuário, e os dados foram analisados usando duas abordagens. A primeira foi baseada nos indicadores ambientais, biológicos e em seus traços funcionais. A segunda abordagem utilizou modelos de avaliação do estado trófico estuarino (ASSETS e TRIX) baseados no framework Pressão, Estado e Resposta (PSR), técnicas de modelagem e métodos não lineares. Como resultados, foram selecionados 76 indicadores de fitoplâncton, com base em suas características funcionais específicas e no valor do indicador (IndVal). Polymyxus coronalis foi selecionado como um bom indicador do limite de intrusão da água do mar e análises multivariadas revelaram alta dispersão de espécies entre os setores estuarinos governados por variações na salinidade, material particulado em suspensão, tamanho das células e silicato. A distribuição das espécies de água doce no setor superior foi correlacionada com baixos valores de nutrientes e salinidade. As espécies marinhas foram transportadas entre os setores médio e inferior em condições opostas. O modelo de Avaliação do Estado Trófico Estuarino (ASSETS) indicou que a eutrofização é sazonal e depende da variação climática. Os eventos de La Niña (2019–2020) contribuíram para as concentrações de clorofila a e ortofosfato, principalmente durante os períodos de baixa vazão do rio. Os baixos níveis de oxigênio dissolvido e altas concentrações de clorofila a na zona de água do mar indicam que a porção inferior do estuário foi a mais suscetível. Além disso, o modelo de floresta aleatória selecionou a salinidade, DIP e Cl-a como os principais estressores que intensificaram a eutrofização nos sistemas de macromarés. De acordo com a classificação final do ASSETS (pior-alto) para a próxima década (2021-2031), as principais estratégias planejadas devem reduzir as contribuições antrópicas e melhorar as condições tróficas na IRE. A partir desses resultados, as interações e previsões de efeitos eco-hidrológicos podem facilitar a caracterização de riscos futuros e a gestão de sistemas estuarinos de macromarés, considerando que a intrusão salina afetou negativamente a comunidade fitoplanctônica. |