Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Carina Helena da |
Orientador(a): |
CUNHA, Maria das Graças Carneiro da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós Graduação Rede Nordeste de Biotecnologia - RENORBIO
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34070
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Resumo: |
As plantas e seus extratos são potentes agentes farmacêuticos utilizados por culturas nativas no tratamento de doenças infecciosas e parasitárias. Dentre estas, destacam-se as leishmanioses, infecções crônicas causadas por protozoários do gênero Leishmania. Diferentes sintomas caracterizam este complexo de doenças, que se apresentam sob a forma de Leishmaniose Tegumentar (LT) e Leishmaniose Visceral (LV). No Brasil um dos principais agentes etiológicos da LT é a Leishmania amazonensis. Nas Américas e consequentemente no Brasil, o principal agente etiológico da LV é a Leishmania infantum. As principais drogas utilizadas para o tratamento contra as leishmanioses são antimoniais pentavalentes, que induzem graves efeitos colaterais. O potencial biotecnológico de lectinas e metabólitos secundários extraídos de plantas, sugere sua utilização como alternativas ao tratamento para as leishmanioses. A lectina de Cratylia mollis, Cramoll 1,4, bem como compostos extraídos da vagem e entrecasca de Libidibia ferrea, apresentam várias aplicações biológicas. Nesta pesquisa avaliamos os efeitos de Cramoll 1,4 e dos extratos metanólicos da entrecasca (EME) e da vagem (EMV) de L. ferrea, assim como o metabólito secundário ácido gálico detectado nos extratos, contra L. amazonensis e L. infantum. A caracterização química dos extratos de L. ferrea através de HPLC revelou os Ácidos Gálico (AG) e Elágico (AE) como os principais metabólitos secundários constituintes. Cramoll 1,4 e os extratos de L. ferrea não apresentaram efeitos citotóxicos para macrófagos intraperitoneais de camundongos Balb/c, com valores de CC₅₀ > 400 μg/mL. O tratamento com 43,2 μg/mL de Cramoll 1,4 induziu alterações morfológicas em macrófagos, e redução da atividade fagocítica detectada. O AG apresentou citotoxicidade em macrófagos a partir da concentração de 25 μg/mL, causando redução nos níveis de ATP e importantes alterações morfológicas nos macrófagos. A CC₅₀ para o AG foi 126 ± 36,8 μg/mL. EMV apresentou efeito protetor contra o extresse oxidativo induzido por peróxido de hidrogênio em células Vero. Tanto a lectina quanto os extratos e o ácido gálico, apresentaram atividade antileishmania. A IC₅₀ para Cramoll 1,4 em L. infantum, foi 7,19 μg/mL. EME foi efetivo contra L. amazonesis, com IC₅₀ de 79,21 ± 7,48 μg/mL, não sendo efetivo contra L. infantum. A IC₅₀ de EMV contra L. infantum foi 23,3 ± 5,8 μg/mL. EMV não apresentou atividade contra L. amazonesis. AG foi capaz de inibir o crescimento e viabilidade celular em promastigotas de L. amazoensis e L. infantum com IC₅₀ de 8,95 ± 1,95 μg/mL e 18,8 ± 5,1 μg/mL respectivamente. A análise por Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET) e varredura (MEV) revelou alterações causadas nos promastigotas de L. infantum após tratamentos com Cramoll 1,4, como surgimento de vacúolos e desintegração das membranas celular e nuclear, bem como aglutinação celular. A análise por MEV tanto em promastigotas de L. amazonensis, quanto em L. infatum submetidas ao tratamento com o AG apresentaram alterações morfológicas, como arredondamento e perda do material citoplasmático. Cramoll 1,4 reduziu o índice de sobrevivência de amastigotas intracelulares de L. infantum. Nossos resultados apontam para Cramoll 1,4 e extratos de L. ferrea, como possíveis candidatos a novos fármacos para o tratamento adequado das leishmanioses. |