Gênese de um paradigma antropológico: o culturalismo na obra de Vico, Herder e Dilthey

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1992
Autor(a) principal: MUELLER, Ciema
Orientador(a): POTENGY, Gisélia Franco
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Antropologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16993
Resumo: Compõe-se a presente dissertação de três capítulos – respectivamente dedicados à análise da obra de Vico, Herder e Dilthey - e de uma conclusão, sendo que o capítulo referente a Dilthey substitui a nota metodológica. Trata-se de uma tentativa de inventariar os conceitos de Filosofia correntemente associados sob a forma do paradigma antropológico designado como "culturalismo". A rigor, visa a pesquisa a reunir elementos que proporcionem uma resposta satisfatória à pergunta: que é culturalismo? Desta perspectiva, a obra de Giambattista Vico avulta sobre as demais por ser a matriz teórica da doutrina culturalista, quer dizer, a reflexão que gerou os parâmetros epistemológicos e antropológicos que permitiram a essa teoria elevar-se ao nível de uma paradigma. Donde justificar-se a maior extensão do capítulo consagrado a Vico, no qual se argüi, ou pelo menos se tenta argüir, tanto a teoria do conhecimento quanto a teoria geral da cultura, contidas na principal obra do autor, a Ciência Nova. Ambas as teorias sobressaem no panorama de idéias do século XVIII por sua orientação explicitamente anticartesiana. À análise de Vico segue-se a de Herder, cuja reputação anti-iluminista e anti-cartesiana dispensa comentar suas afinidades com o companheiro de ofício napolitano, a quem, aliás, sucedeu, volutariamente ou não, na medida em que fortaleceu seu legado teórico íncorporando-lhe noções tais como Volkgeist e Fortgang, a saber, "espírito do povo" e "progressão cultural" (esta sem substituição ao conceito de "progresso linear", dos iluministas). Por último, Dilthey, que a propósito deve ser apresentado como o autor do método complementar da teoria, o método hermenêutico, cuja fórmula epistemológica se acha descrita no capítulo que expõe a base metodológica do paradigma. A conclusão tenta demostrar o nexo existente entre as idéias dos três filósofos e a teoria assentada na Antropologia como culturalismo. Além disso, argumenta a favor do historicismo, de cuja doutrina a teoria culturalista inequivocamente procede, transformada em bête-noir da atualidade em virtude da suspeita de "irracionalismo" que lhe conferiu a voga acadêmica pós-moderna, empenhada em expurgar a subjetividade - leia-se História, leia-se Cultura - da ciência.