Mídia e conservadorismo : o Globo, a Folha de S.Paulo e a ascensão política de Bolsonaro e do bolsonarismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: VASCONCELOS, Fabíola Mendonça de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Servico Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/43482
Resumo: Considerando o avanço do conservadorismo em escala global e o quanto esse movimento vem crescendo no Brasil desde 2013, com as jornadas de junho, a presente tese aborda a contribuição da mídia nesse processo e o quanto ela ajudou para o triunfo do movimento no Brasil, com a vitória de Jair Bolsonaro para presidente da República, em 2018. O objetivo da pesquisa consiste em apresentar o posicionamento dos dois maiores jornais brasileiros, O Globo e a Folha de S.Paulo, em relação à agenda conservadora, seja no campo político, econômico e cultural, e como tais veículos influenciaram, direta ou indiretamente, na eleição do militar. Não obstante as tensões e contradições existentes na atual crise do capitalismo, cuja ideologia se vale da agenda conservadora, o estudo procura interpretar a realidade social a partir da análise dos editoriais dos dois jornais no período de 7 de março de 2018 a 2 de janeiro de 2019, datas que marcam, respectivamente, a filiação de Bolsonaro ao PSL, partido pelo qual se elegeu, e a cobertura jornalística da posse dele como presidente. A hipótese inicial de que a mídia seria corresponsável pela retomada do conservadorismo no país, facilitando a vitória do militar, foi confirmada no decorrer do estudo, uma vez que O Globo e a Folha contribuíram para criar um ambiente político-eleitoral favorável ao então candidato, estimulando e retroalimentando a antipolítica e o antipetismo. A pesquisa mostra que os editoriais dos dois jornais ajudaram na criminalização das forças progressistas ao mesmo tempo em que colocaram em evidência a Operação Lava Jato - peça central nesse processo -, favorecendo a crise de hegemonia que deu lugar ao ressurgimento e fortalecimento do conservadorismo. Antes da análise empírica que resultou em tal percepção, o estudo procurou expor o papel ideológico e os objetivos materiais da mídia, fez um percurso histórico da imprensa corporativa no Brasil, discorreu sobre a indústria de desinformação que cresce com muita velocidade no mundo, no Brasil em particular, e como tudo isso fragiliza o Estado Democrático de Direito. A tese foi construída a partir de uma abordagem qualitativa, com base na concepção teórico-metodológica de Marx e da Economia Política da Comunicação e recorreu às pesquisas bibliográfica e documental, além disso, utilizou análise de conteúdo (AC) como técnica para a interpretação da construção social. Espera-se, com o estudo, contribuir para a ampliação do debate acerca da democratização da comunicação e do combate à desinformação.