Cartografias das Artes Plásticas no Recife dos anos 1980: Deslocamentos Poéticos Entre as Tradições e o Novo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: D' arc de Sousa Lima, Joana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7615
Resumo: No inicio dos anos 1980, especificamente na configuração das artes plásticas, uma narrativa crítica entre outras que marcaram o importante debate sobre a arte contemporânea e seus circuitos de atuação nacional , alimentou e foi alimentada pelos modos de fazer de jovens artistas, e produziu alguns enunciados sobre as maneiras e os modos de se fazer arte naqueles anos. O retorno ao fazer da pintura é anunciado em oposição a uma arte conceitual vista como fria, hermética e cerebral , marcadamente localizada nos anos 1970. Grosso modo, o discurso da crítica criara um rótulo para sintetizar a novidade: Geração 80 , pretendendo traduzir as performances de jovens artistas, em sua maioria pintores, oriundos de formação das escolas de arte localizadas no eixo Rio de Janeiro e São Paulo. Não obstante, tal generalização, como qualquer outra, não deu conta de dizer de toda uma produção artística que se espraiava em diversas poéticas e práticas, seja nessas duas metrópoles, e muito menos ao considerar as artes realizadas em outras geografias e lugares do Brasil. Nesse sentido, fez-se imperativo desnaturalizar o rótulo Geração 80 e a chamada Nova Pintura feita pelos jovens artistas, que não foi adequadamente problematizada pela crítica brasileira, considerando que a produção pictórica era desprovida de um discurso crítico que a [objetivasse] como produto pictórico portador de uma conceituação específica (Basbaum, 2001, p. 307). O processo realizado para desnaturalizar tais pressupostos imprimiu-se com a construção de uma cartografia das artes plásticas na cidade do Recife na década de 1980, feita por meio de relatos orais e de memória de artistas plásticos e críticos de arte. Realizei 42 entrevistas com roteiros abertos e essas se constituíram em textos narrativos que estão analisados no corpo da tese. Trabalhei com fontes documentais gráficas jornais, revistas, catálogos - e com as narrativas pictóricas realizadas por artistas brasileiros, sobretudo pelos artistas jovens do Recife que à época aspiravam reconhecimento para ocupar o meio artístico local e nacional. Ao longo da pesquisa um desenho cartográfico se esboçou, sendo, por meio dele, localizáveis lugares de produção, formação e exibição das artes plásticas na cidade do Recife, e maneiras de fazer e praticar a configuração e as linguagens das artes plásticas naqueles anos. Entre tensões, rearranjos e negociações os artistas plásticos jovens e os já estabelecidos à época reinventaram o campo das artes na cidade. No entanto, foram os novatos , jovens artistas, outsiders, que produziram deslocamentos nas maneiras de fazer e praticar as artes plásticas, re-atualizando os diálogos entre as tradições e o novo