Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
AMARAL, Leonardo Renda Kajdacsy Balla |
Orientador(a): |
GÓMEZ SÁNCHEZ, Darío de Jesús |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30381
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Resumo: |
Nesse trabalho refletimos sobre a poesia social de Carlos Drummond de Andrade na década de 1970. Trata-se de uma poesia que discute temas e problemas sociais de forma direta. Na introdução discutimos o conceito de poema social a partir das ideias de Theodor Adorno (2003) sobre lirismo e sociedade e de Walter Benjamin (1989) sobre o sujeito lírico na modernidade. Retomamos a noção de engajamento em Adorno (1970) e Jean Paul Sartre (2004) como forma de acentuar a necessidade comunicativa na criação poética, a qual se compromete nos processos de mudança social. Sugerimos com Alfredo Bosi (1977) que esse comprometimento pode se dar a partir de algumas formas fundamentais como a sátira e o epos revolucionário. No caso específico de Drummond, o engajamento pode ser relativizado a partir de uma perspectiva irônica (Northrop Frye, 1957). No segundo capítulo analisamos, a partir das ideias contidas na introdução, o desenvolvimento da poesia social drummondiana desde o modernismo de 1930 ao final da década de 1960. Esse desenvolvimento passa do desencantamento irônico em relação aos problemas sociais nos anos 1930, à sátira do grotesco social e à perspectiva épico-engajada pela transposição das negatividades sociais em 1940, até, já nos 1950-60, à reorientação problemática do engajamento político pelo lirismo do diálogo: encontro entre o eu e um outro que se efetiva a partir da família, da simpatia a intelectuais comprometidos e da circunstância cotidiana, esta última vista desde o âmbito profissional de Drummond como jornalista-cronista, de onde ele retoma diversos temas, como, por exemplo, a publicidade e a conservação da memória urbana. Com os elementos prévios da discussão, no terceiro e quarto capítulo, refletimos sobre como se dá a poesia social de Drummond na década 1970, especificamente nas obras As impurezas do branco (1973) e Discurso de primavera e algumas sombras (1977), estabelecendo suas principais diferenças e semelhanças em relação ao que o poeta produziu antes. Há uma reorientação progressiva do engajamento baseado no encontro entre o eu e um o outro, mas agora no sentido da convivência do indivíduo consigo mesmo, na recuperação da lembrança histórica (individual e coletiva) e da pré-história mítico-natural como valores que embasam a luta e a esperança políticas. Isso a partir da diversidade temática que o jornalismo inspira ao poeta, como, por exemplo, as comunicações de massa e a ecologia. No âmbito dessa discussão, observamos também como o poeta, na casa dos seus 70 anos, pratica o poema social em relação ao que foi produzido na mesma década pelos poetas das gerações mais jovens. Por exemplo, a poesia reflexiva de Drummond em contraste com a poesia anárquica dos poetas marginais. Concluímos com identificação da reorientação progressiva de projeto de engajamento drummondiano que, frustrado logo após a II Guerra, se reconstrói, problematicamente, em diversos sentidos. |