Materiais de suporte na orelha média: comparação entre a esponja de gelatina absorvível e a esponja do biopolímero da cana-de-açúcar em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: MAYER, Débora Lopes Bunzen
Orientador(a): CALDAS NETO, Sílvio da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11987
Resumo: Existem diversos biomateriais que podem ser utilizados na cirurgia otológica para preencher a cavidade da orelha média ou dar suporte a enxertos. A esponja de gelatina absorvível é a mais utilizada, mas pode provocar fibrose e prejudicar a ventilação da orelha média. O biopolímero da cana-de-açúcar é um biomaterial, em forma de esponja, produzido na Estação Experimental da Cana-de-açúcar da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Investigar os efeitos da reação inflamatória provocada pela esponja do biopolímero da cana-de-açúcar (BP) comparada a esponja de gelatina absorvível (EGA) na mucosa da orelha média de ratos. Estudo experimental prospectivo. A esponja do BP foi implantada na orelha direita e a EGA na orelha esquerda de 30 ratos Wistar fêmeas. Os animais foram sacrificados com 4 e 12 semanas após o procedimento. Avaliação histológica qualitativa foi realizada para verificar a reação inflamatória na bula timpânica. A esponja do BP provocou exsudato inflamatório mais intenso e persistente que a EGA. Foi encontrado exsudato polimorfonuclear e linfomononuclear nas bulas em contato com o BP que persistiram na luz da bula até 12 semanas, o que caracterizou uma reação inflamatória crônica com sinais de agudização. No grupo da EGA, o exsudato foi linfomononuclear, leve, mas com observação de traves de fibrose. A EGA foi, em grande parte, absorvido ao final do experimento. O BP não foi absorvido durante o tempo de observação. Houve espessamento da mucosa e neoangiogênese no grupo da EGA, o que provavelmente está envolvido com o processo de fibrose. Não houve diferença estatisticamente significativa quanto ao grau de fibrose entre os biomateriais. O BP apresentou reação inflamatória mais intensa que a EGA, no entanto, provocou menos neoangiogênese. O presente experimento evidenciou que a esponja do BP não apresentou as características necessárias para o uso como material de suporte dentro da bula timpânica, em contato direto com a mucosa. Contudo, é possível que essa esponja possa ser utilizada em contato com a face epidérmica da membrana timpânica e com o conduto auditivo externo, pois se comportou como um material de preenchimento não-absorvível a curto prazo.