Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
RODRIGUES, Hannah Jook Otaviano |
Orientador(a): |
REZENDE, Antônio Paulo de Moraes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Historia
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/53789
|
Resumo: |
Na década de 1930, a literatura brasileira passou por uma significativa transformação, direcionando-se mais para a realidade social do país. O movimento do romance regionalista de 1930 trouxe à tona uma visão crítica mais profunda do Brasil, com foco especial na região nordeste, abordando questões sociais como a miséria decorrente das secas e das desigualdades sociais. Nesses registros, foram retratadas as migrações e suas consequências. Os autores regionalistas tinham o objetivo de descrever a vida real do povo dos lugares mais remotos do país, usando a literatura como meio de denúncia social. Rachel de Queiroz destacou-se nesse cenário, tornando-se uma escritora pioneira na história literária do Brasil. Sua obra de estreia, "O Quinze," publicada em 1930, é ambientada na época da grande seca nordestina de 1915 e aborda a miséria resultante desse evento. Essa obra marcou a entrada da voz feminina no campo social, levantando discussões sobre a dura realidade do Nordeste, moldada pelo clima rigoroso e pela injustiça social. Adicionalmente, a autora revelou suas observações e reflexões sobre a condição das mulheres na sociedade brasileira. Diante da importância desta autora, o objetivo principal da pesquisa foi analisar como as pessoas encarceradas e o próprio espaço da cadeia eram retratados tanto na imprensa local quanto no romance "João Miguel", durante as décadas de 1920 e 1930, em Fortaleza. A análise teve início com um estudo aprofundado da conjuntura histórico-social da capital cearense nas décadas mencionadas, destacando a "Belle Époque" e sua busca por modernização. Além disso, foram abordados os movimentos literários e o Período Modernista, que trouxeram novas perspectivas e questionamentos sobre a realidade. Em seguida, concentramo-nos na análise do periódico "Correio do Ceará" entre 1920 e 1930, buscando compreender as razões e circunstâncias que levavam à prisão das pessoas, bem como os delitos ou crimes mais frequentes no cotidiano da cidade. Para ampliar o entendimento, foram exploradas as charges da coluna "Chronicas da Cidade" nesse mesmo jornal. Posteriormente, voltou-se as o romance "João Miguel", utilizando-o como uma fonte literária para compreender as sensibilidades dos prisioneiros e suas famílias. Nesse capítulo, destacamos a discussão sobre as representações do cotidiano urbano e como a literatura pode ser tratada como uma fonte histórica valiosa, proporcionando insights sobre a sociedade da época. Metodologicamente, a pesquisa se baseou em conceitos, métodos e reflexões teóricas da Análise Crítica do Discurso, complementados pelos métodos e teorias próprios da História. Os conceitos de Modernização, Modernismo, Modernidade, Discursos, Sensibilidades, Representação e Poder foram trabalhados em conjunto para uma abordagem abrangente e interdisciplinar. Ao final da pesquisa, foi possível alcançar uma compreensão mais profunda das representações dos encarceramentos nas primeiras décadas do século XX em Fortaleza, tanto na imprensa local quanto na obra literária "João Miguel". As discussões sobre sensibilidades, discursos e representações contribuíram para um retrato mais abrangente do contexto social e cultural desse período marcante na história da cidade. Além disso, a valorização da literatura como fonte histórica demonstrou-se essencial para capturar nuances e emoções que outras fontes poderiam não revelar. |