Avaliação da atividade cicatrizante do babaçu (Attalea speciosa Mart. ex Spreng, Arecaceae) a partir do seu uso etnomedicinal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: SANTOS, José Alex Alves dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Ciencias Farmaceuticas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40090
Resumo: O babaçu (Attalea speciosa) é uma palmeira da família Arecaceae presente no bioma brasileiro e bastante utilizado como produto medicinal. Dentre os produtos extraídos do fruto (coco), o óleo e a farinha do mesocarpo são utilizados como anti-inflamatório e cicatrizante. O objetivo deste estudo foi investigar a atividade cicatrizante do óleo (OFB) e do extrato etanólico do mesocarpo (EEMB) de babaçu em ratos a partir do seu uso etnomedicinal. Para tanto, a extração do óleo foi obtida por prensagem a frio e sua caracterização foi realizada pelos métodos GC-FID (ácidos graxos) e ICP-OES (Ca2+ e Zn2+). Para obtenção do extrato etanólico, a farinha do mesocarpo foi submetida a extrações com álcool absoluto, com agitação magnética e sem aquecimento. Na caracterização do EEMB foi investigada sua composição química (UPLC-DAD-qTOF-MS) e fitoquímica (compostos fenólicos, flavonóis e proantocianidinas). Logo após, foram realizados ensaios antimicrobianos com ambos compostos extraídos e atividade antioxidante (DPPH•, FRAP e atividade antioxidante total) do EEMB. Para avaliação da atividade cicatrizante, previamente foram realizados ensaios in vitro (citoxicidade, migração celular, dosagem de NO e citocinas). In vivo, foram confeccionadas feridas dorsais em ratos com halos de contenção, para manutenção das feridas abertas. Estas lesões foram tratadas uma vez ao dia com dosagens distintas de OFB (10, 30 e 100%) e EEMB (1, 3, 10%) até o 3º dia de reparo. Perpassados 3, 7 e 14 dias as feridas foram avaliadas por análise macroscópica (edema, eritema, crosta e tecido cicatricial) e histomorfométrica (células inflamatórias, vasos sanguíneos, fibroblastos e produção de colágeno). Ao analisar o OFB foram identificados 08 ácidos graxos, com predominância do ácido láurico e baixas concentrações de Ca2+, e o mesmo não apresentou atividade antimicrobiana. Já o EEMB, na análise química demonstrou a presença de monómeros, dímeros e trímeros de (epi)catequina, sendo confirmado na análise fitoquímica pelas altas concentrações de compostos fenólicos e proantocianidinas, o que resultou em boa atividade antioxidante e antimicrobiana. Ambos os compostos reduziram o infiltrado inflamatório e aumentaram a angiogênese e a fibroplasia no 7º dia de reparo tecidual, resultando na formação de cicatriz fibrótica no 14º dia. Portanto, tanto o OFB quanto EEMB demostraram potencial cicatrizante nos protocolos experimentais realizados, devido a modulação do processo inflamatório e indução da proliferação de fibroblastos.