Avaliação da expressão de UDP Glicose 4-Epimerase e β-1,4-galactosiltransferase III no câncer gástrico e sua possível associação com parâmetros clínico-patológicos e de desfecho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: SOUZA, Maria de Fátima Deodato de
Orientador(a): PITTA, Maira Galdino da Rocha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Biologicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33271
Resumo: O câncer gástrico (CG) é uma doença complexa e heterogênea de difícil diagnóstico e mau prognóstico. Os biomarcadores utilizados na prática clínica não apresentam sensibilidade e especificidade para serem totalmente confiáveis. Como a glicosilação alterada das proteínas é uma característica das células neoplásicas, algumas enzimas que fazem parte deste processo apresentam-se como uma fonte promissora para novos biomarcadores. A enzima UDP glicose 4-epimerase (GALE) é uma glicosiltransferase que desempenha uma tarefa importante na manutenção dos padrões de polissacarídeos da superfície de células com crescimento acelerado. Já a β-1,4-galactosiltransferase III (B4GALT3) desempenha papéis importantes na proliferação, invasão e metástase. Nesse contexto, o presente estudo visou investigar a expressão tecidual de GALE e B4GALT3 e avaliar suas possíveis associações com parâmetros clínico-patológicos e de desfecho no câncer gástrico. Do arquivo do Serviço de Patologia do Hospital do Câncer de Pernambuco – HCP foram selecionados 71 casos de adenocarcinoma gástrico, diagnosticados entre o período de 2013 a 2016. A expressão tecidual de GALE e B4GALT3 foi avaliada por imuno-histoquímica através dos kits comerciais Easylink On, ImmPRESS™ e DAKO EnVision™. Para as análises de associação foi utilizado o teste exato de Fisher; p< 0,05 foi considerado significativo. Para análise de desfecho foram utilizadas curvas de sobrevida pelo método de Kaplan-Meyer com Log-Rank. Setenta e um casos foram passíveis de análises para GALE dos quais 48 (67,6%) foram positivos e 23 (32,4%) negativos. A marcação tecidual de GALE foi associada ao grau histológico tumoral bem e modernamente diferenciado (p<0,0001). Já para B4GALT3 70 casos estavam passíveis para análise, desses, 48 (68,6%) foram positivos e 22 (31,4%) negativos. A marcação tecidual de B4GALT3 também foi associada com o grau histológico tumoral bem e moderadamente diferenciado (p= 0,0002) e com os estádios (III e IV) (p=0,0010). Ambas não apresentaram associações com os parâmetros de desfecho. Apesar do número amostral ter sido um fator limitante, os resultados obtidos sugerem uma possível utilização dessas enzimas como biomarcadores, uma vez que, tanto GALE quanto B4GALT3 apresentaram-se associados com padrões clínico-patológicos. De forma inédita, esse é o primeiro estudo que avaliou a expressão tecidual dessas glicomoléculas em associação aos parâmetros clínico-patológicos e de desfecho em pacientes com adenocarcinoma gástrico.