Filogenia molecular, citotaxonomia e evolução cariotípica da subfamília Gilliesioideae (Alliaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Souza, Luiz Gustavo Rodrigues
Orientador(a): Guerra, Marcelo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11793
Resumo: A subfamília Gilliesioideae (Alliaceae) está dividida em duas tribos, Ipheieae e Gilliesieae, que apresentam fortes diferenças morfológicas, biogeográficas e filogenéticas. O presente trabalho objetivou realizar uma análise citotaxonômica e filogenética nessa subfamília, por meio da comparação de número e morfologia cromossômica, dupla coloração com os fluorocromos cromomicina A3 (CMA) e 4’,6-diamidino-2-fenilindol (DAPI), localização do DNA telomérico e dos sítios de DNAr 5S e 45S por hibridização in situ fluorescente (FISH) juntamente com uma análise filogenética de alguns gêneros a partir de sequências de DNA nuclear ITS e DNA plastidiais trnG, trnL-trnF, entre outras. A tribo Ipheieae é formada pelos gêneros Ipheion, Leucocoryne, Nothoscordum, Tristagma e Zoellnerallium. Desses, Nothoscordum é cariotipicamente mais diversificado, com dois números cromossômicos básicos, x = 4 e x = 5, recorrentes eventos de translocações Robertsonianas e poliploidia. Nesse gênero foram analisados dois complexos taxonômicos, Inodorum e Bivalve, onde as análises de hibridização genômica in situ (GISH) e filogenia molecular permitiram caracterizar a origem híbrida de N. gracile e N. bonariense, respectivamente, bem como de suas relações com as espécies afins. A análise das espécies de Leucocoryne, também com x = 5, trouxe novas evidências sobre a relação evolutiva entre as espécies que possuem três estames funcionais e aquelas que conservam os seis estames férteis, comum nas demais Alliaceae. As análises filogenéticas permitiram validar o gênero Zoellnerallium, que apresenta um cariótipo único na tribo com 2n = 24 (8M + 16A) e cromossomos menores do que as demais espécies da tribo. No caso das três espécies de Ipheion as análises citogenéticas mostraram cromossomos menores que os demais da tribo, cariótipos predominantemente formados por acrocêntricos e um número cromossômico único para cada espécie do gênero (2n = 12, 14 e 20). A tribo Gilliesieae é formada pelos gêneros Gethyum, Gilliesia, Miersia, Speea e Solaria, todos com o mesmo número fundamental NF = 11 mas com diferentes números cromossômicos. A evolução cariotípica da tribo foi moldada principalmente por disploidia ascendente, partindo do cariótipo ancestral 2n = 12, presente em Miersia e Speea, e em linhagens independentes dando origem a 2n = 14, presente em Gethyum, Gilliesia e Solaria, e 2n = 20 presente em Miersia. De uma maneira geral, todas as espécies da subfamília Gilliesioideae apresentaram um par de sítios de DNAr 5S por conjunto monoploide, exceto a secção Nothoscordum do gênero Nothoscordum que apresentou uma amplificação desses sítios. Os sítios de DNAr 45S foram localizados preferencialmente nos braços curtos dos cromossomos acrocêntricos, sugerindo uma correlação entre as fissões cêntricas e este tipo de DNAr. Embora os dados sugiram que as fusões/fissões cêntricas tenham sido a principal mudança cromossômica envolvida na evolução da subfamília Gilliesioideae, as análises do DNA telomérico em Nothoscordum e Ipheion não revelaram nenhuma relação aparente entre fusões cêntricas e sítios ectópicos de DNA telomérico.