Os significados da guarda unilateral materna para os filhos: as perspectivas das crianças em cena

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: QUIRINO, Daniela Moroni Ribeiro
Orientador(a): MENEZES, Jaileila de Araújo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17575
Resumo: Esta pesquisa, de abordagem qualitativa e inspiração construcionista, propôs-se a compreen-der os significados da guarda unilateral materna para os filhos de casais separados, que esta-vam sob essa condição de guarda e vivenciavam contexto de conflito familiar judicializado. Para tanto, realizamos entrevistas narrativas com seis crianças de idades entre sete e doze anos. Para fundamentar o estudo, acionamos as contribuições teóricas de Jerome Bruner com-preendendo que as crianças são ativas, constroem significados e intervém na cultura por meio de narrativas. Nossa ideia foi dar visibilidade a estas, questionando a relação de poder estabe-lecida entre as crianças e nós, adultos, que muitas vezes as posicionamos como incapazes, como um “ainda não” e/ou em condição de subalternidade. Os dados construídos foram anali-sados à luz de conceitos discutidos por Jerome Bruner, tais como, agentividade, sequência, perspectivismo e canonicidade. Em relação ao significado da relação com os pais ou respon-sáveis, as narrativas sinalizaram que a relação com a mãe era marcada por forte vínculo afeti-vo, tendo alguns entrevistados demonstrado terem construído uma aliança com a genitora pas-sando a aderir às causas delas diante dos conflitos conjugais. Também perceberam suas mães assoberbadas por acumular atividades laborativas e o exercício da maternidade ou ainda indi-caram que outros familiares, além da mãe, exerciam a função de cuidar e se responsabilizar pelas crianças. No que se refere à relação com o pai, nossos interlocutores sinalizaram que aconteceu um afastamento do genitor. Todos afirmaram ansiar um convívio mais próximo com o pai, exceto um, que relatou experiência de violência doméstica envolvendo o genitor. Depreendemos das narrativas analisadas que nossos interlocutores significaram o judiciário como uma instituição distante, que não fomentava a participação deles nos espaços de deci-sões que afetavam suas vidas, invisibilizando as crianças. Ressalta-se, por fim, que as narrati-vas das crianças apresentavam um contexto de judicialização da vida e dos conflitos familia-res vivenciados, sendo os termos de tal contexto impregnados na comunicação cotidiana das crianças.