Construção e validação de uma cartilha educacional sobre prevenção combinada para as mulheres transexuais e as travestis vivendo com HIV

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Thainara Torres de
Orientador(a): ARAÚJO, Ednaldo Cavalcante de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Enfermagem
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/50340
Resumo: A prevenção combinada do HIV caracteriza-se por diferentes abordagens de cuidados: biomédica, comportamental e estrutural. Elas objetivam atender às necessidades específicas populacionais sobre o HIV, incluindo as do grupo escolhido no caso em estudo, mulheres transexuais e travestis, que apresentam restrições frente às possibilidades de vida por iniquidades sociais perpetradas vinculadas às diversidades de expressões de gênero, as quais comprometem o cuidado em saúde. Assim, objetivou-se, com esse estudo, construir uma cartilha educacional válida para a prevenção combinada de mulheres transexuais e de travestis vivendo com HIV. Para tanto, o estudo segue uma metodologia mista, dividida em cinco etapas: a) revisão integrativa sobre o tema em estudo; b) estudo qualitativo, descritivo e exploratório visando analisar o conhecimento de duas mulheres transexuais e duas travestis que vivem com HIV sobre HIV/aids e a adesão à Terapia Antirretroviral; c) estudo de desenvolvimento metodológico visando a construção de uma cartilha educacional a partir dos resultados do estudo qualitativo, descritivo e exploratório e da revisão integrativa para a composição do conteúdo da cartilha; avaliação da cartilha educacional quanto ao conteúdo por sete juízes especialistas, selecionados de acordo com os critérios de Jasper; avaliação de aparência e de semântica pelas quatro participantes do estudo, definidas pelo critério de acessibilidade conveniência. Nesse estudo, participaram, no período de maio a junho de 2022, duas mulheres transexuais e seis travestis, uma afirma não ter estudado, cinco com o 1o grau incompleto, uma com o 2o grau completo e uma cursando o nível superior; cinco são solteiras e três casadas, com idades entre os 25 aos 59 anos, autodeclaradas brancas, pardas e negras e com renda de até um salário-mínimo, sendo que três delas afirmam ser usuárias de drogas lícitas/ilícitas como álcool, cigarro e maconha. Em relação ao HIV, o tempo de diagnóstico e tratamento foi de 2 a 23 anos. Para obtenção dos dados, em uma entrevista on-line pela plataforma Google Meet, foi aplicado um roteiro de entrevistas semiestruturado. Para os juízes, um questionário de caracterização e um instrumento de avaliação acerca da trajetória profissional, questões com a escala do tipo Likert e um campo para sugestões para cada item analisado (objetivos, estrutura, apresentação e relevância da cartilha educacional). Na análise das entrevistas, utilizou-se a técnica de Análise de Conteúdo, na modalidade Análise Temática Categorial. Para aa avaliação de conteúdo, aparência e de semântica foi calculado o IVC pelo software IBM® SPSS® Statistics, versão 20.0. Foram definidas três categorias temáticas: << Nível de conhecimento sobre HIV/aids >>, << Os métodos de prevenção do HIV/aids >> e << A inserção social da pessoa vivendo com o HIV >>, que emergiram do processo de construção interpretativa das falas. Além disso, foi construída a << Cartilha educacional para a prevenção combinada do HIV para mulheres transexuais e travestis: adesão à TARV >>. Observou-se que as participantes do estudo apresentaram conhecimentos contraditórios sobre o HIV/aids, usavam preservativos internos e externos como método de prevenção do HIV e afirmaram que a pessoa soropositiva poderia ter um bom convívio social desde que estivesse em tratamento. A Cartilha foi avaliada pelos juízes especialistas com o IVC global 88%, e pelo público-alvo, 100%. À guisa de conclusão, considera-se que a cartilha válida para uso das transexuais e das travestis vivendo com HIV e a disponibilização nos Serviços de Assistência Especializada ao HIV/Aids, na Atenção Básica de Saúde, nos ambulatórios LGBTQIAPN+, entre outros serviços de saúde, um recurso informativo que promove a aquisição de conhecimentos para as condutas do autocuidado na prevenção de novos eventos adversos em consequência da infecção pelo HIV em função da não adesão à prevenção combinada.