Migrações Xukuru do Ororubá : memórias e História(1950-1990)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: MONTE, Edmundo
Orientador(a): BARBOSA, Bartira Ferraz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11005
Resumo: Este estudo vem somar-se com as recentes pesquisas sobre os povos indígenas no Brasil e, em particular, na região Nordeste. A partir das memórias orais dos índios Xukuru do Ororubá (Pesqueira e Poção), em diálogo com a documentação e registros bibliográficos, analisamos a mobilidade espacial de indivíduos dessa etnia, durante a segunda metade do Século XX, motivados pelas secas periódicas na região de origem, bem como pela inexistência de terras próprias que subsidiassem a manutenção de suas famílias na Serra do Ororubá, em Pesqueira/PE. As migrações Xukuru, enquanto estratégias de sobrevivência, foram rememoradas pelos próprios indígenas, como mais um elemento presente nos processos históricos de mobilizações e disputas em torno das terras invadidas ao longo dos anos pelos fazendeiros criadores de gado. Durante os períodos de estiagem na região de origem, geralmente entre os meses de agosto e setembro, os índios partiam em pequenos grupos, em direção à Zona da Mata de Pernambuco e Alagoas, onde se empregavam sazonalmente nas lavouras canavieiras. Anualmente, essa era uma das condições para que muitas famílias indígenas permanecessem (sobre)vivendo na Serra do Ororubá. Outros Xukuru, seguindo as trajetórias de parentes e amigos, enxergaram nos grandes centros urbanos as possibilidades de mudanças e melhorias nas condições de vida. A Grande São Paulo foi o destino de alguns desses migrantes, onde fixaram moradia em tempos distintos. Em ambos os espaços para onde migraram, observamos os momentos antecedentes e os percursos das viagens de ida e volta, as relações sociais presentes no cotidiano, e ainda, as experiências de trabalho dos índios nos locais de destino, evidenciados nos relatos de memória de quem viveu e os concebeu.