Estudar para “ser” quem? Escolarização, educação popular e processos de subjetivação entre estudantes do Recife e do sertão de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: MOREIRA, Gilberto de Araújo
Orientador(a): OLIVEIRA, Gustavo Gilson Sousa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/27925
Resumo: Neste estudo tivemos por objetivo analisar como as tensões e processos de articulação/negociação entre os discursos de educação escolar, da educação popular e da cultura popular contemporânea incidem nos processos de (re)constituição de identidades de jovens da região metropolitana e do sertão pernambucanos. Utilizando o instrumental analítico da Teoria do Discurso, de matriz pós-estruturalista, evidenciamos a abrangência do discurso educacional atual em diferentes possibilidades e a forma de como suas diferentes constituições atravessam a decisão dos jovens em prolongar ou atalhar suas trajetórias escolares. Procuramos demonstrar que tais o discurso educacional se constitui em vários discursos que se articulam, se opõem e se recriam em uma dinâmica ontológica sobre a formação da identidade juvenil. Nesse contexto, o discurso escolar formal ao mesmo tempo diverge e se complementa pelo discurso de espaços não escolares de ensino. A tensão entre esses dois discursos se vê, por sua vez, em constante relação com o discurso da cultura contemporânea, que a eles também resiste, se articula e se contrapõe. Essa cultura contemporânea, por outro lado, traz valores e referências de grupos específicos como família, grupos sociais diversos, local de origem e de moradia e elementos da mídia. Cria-se, assim, um ambiente hegemônico de constantes antagonismos e transformações, nos quais os sujeitos se fixam em posições temporárias. A tensão entre esses discursos transforma o cenário de um suposto poder de decisão dos sujeitos em um terreno poroso, cujas rupturas se preenchem e se recriam a todo instante. A decisão dos estudantes em prolongar suas trajetórias escolares então, está à mercê dessa tensão entre os discursos, mas tem sua fragilidade e sua impossibilidade ocultadas pela lógica neoliberal da possibilidade de escolha de ser quem se é.