Avaliação da toxicidade aguda, atividade gastroprotetora e antinfúngica de extrato seco das folhas de Croton blanchetianus Baill e estudo de pré-formulação de grânulo efervescente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: DANTAS, Thainá dos Santos Dantas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Inovacao Terapeutica
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/53995
Resumo: Os compostos bioativos, presentes em espécies vegetais, são utilizados na indústria de cosméticos, alimentícia, bem como na indústria farmacêutica, fazendo parte de diversos medicamentos. Croton blanchetianus é uma espécie encontrada na caatinga, com o clima seco e quente predominante do semiárido, conhecida popularmente como marmeleiro. Visando obter mais conhecimentos sobre a espécie, o trabalho teve como objetivo avaliar o perfil fitoquímico, propriedades físico-químicas, toxicidade e atividade gastroprotetora e antimicrobiana de formulação efervescente contendo extrato das folhas de C. blanchetianus. O material vegetal (folhas) foi obtido em Pernambuco, seco em estufa (40 °C) e em seguida triturado em moinho de facas. As análises físico-químicas (umidade, cinzas totais e granulometria) foram realizadas de acordo com a Farmacopeia Brasileira. Posteriormente, o método por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) foi validado para a matéria-prima vegetal. O estudo de sazonalidade também foi realizado, avaliando as propriedades fitoquimicas e físico- químicas. Os extratos líquidos (EL) foram obtidos por turbólise utilizando planejamento de misturas, com etanol, água e acetona, e, suas misturas binárias e terciárias, os quais foram avaliados por cromatografia camada delgada (CCD) e CLAE, bem como determinado o teor de polifenóis (TPT), flavonoides totais (TFT) e o resíduo seco (RS). Após a escolha do solvente, o processo de secagem por spray dryer foi estudado, empregando adjuvantes de secagem (dióxido de sílico coloidal/maltodextrina em mistura 1:1, em relação ao RS). Em seguida, os parâmetros de secagem foram avaliados a partir de um fatorial 22 com ponto central, considerando o fluxo de alimentação (L/h) e temperatura de entrada (°C) como variáveis independentes, com a mesma vazão de ar de 30 L/min. As respostas analisadas foram perfil por CCD e CLAE, TPT, TFT, bem como as propriedades tecnológicas (densidade aparente e compactada, ângulo de repouso e umidade). Diante da escolha do melhor extrato seco (ESA), foi realizado o ensaio de toxicidade aguda. As pré-formulações foram obtidas em 4 formulações efervescente, utilizando o extrato seco otimizado de C. blanchetianus, lactose, bicarbonato de sódio, ácido cítrico, ácido tartárico e PVP em diferentes proporções. Após obtido o ESA e o grânulo efervescente (G.E), o teste de atividade gastroprotetora foi realizado, utilizando-se o álcool para indução das úlceras e três concentrações do ESA para tratamento, realizou-se a medição das lesões, análise histopatológica dos estômagos. Por fim, foi realizada a covalidação do método por CLAE para o ESA, EL e a formulação efervescente escolhida. O material vegetal apresentou as análises físico-químicas dentro dos valores recomendados pela Farmacopeia Brasileira. O método por CLAE foi validado, apresentando-se linear, robusto, exato e preciso, estando dentro dos parâmetros da resolução vigente. O perfil por CCD evidenciou a presença de flavonoides, derivados cinâmicos, saponinas e taninos condensados. A amostra de junho (2022) do estudo de sazonalidade foi a que apresentou melhores teores de flavonoides e polifenóis. O melhor solvente extrativo foi a mistura água e acetona (1:1 v/v), com melhor extração de flavonoides, e melhores respostas para o RS e o TPT, observados no planejamento de misturas. Em relação ao processo de secagem, o adjuvante maltodextrina não apresentou interferência na extração de flavonoides. A respeito das propriedades tecnológicas, os ESAs mostraram-se pobres em relação ao fluxo, e a utilização de maltodextrina favoreceu alguns parâmetros. Na análise térmica, o ESA com maltodextrina foi o que apresentou melhor estabilidade térmica. Na microscopia eletrônica, os extratos apresentaram partículas irregulares, de tamanhos diferentes. Com a utilização de planejamento fatorial foi possível obter um extrato seco com melhores características reológicas, com vazão de 0,5L/h e temperatura de 150 °C, sem ocorrer prejuízo ao perfil químico do extrato. A formulação efervescente escolhida para prosseguir com o ensaio farmacológico apresentou melhora nas propriedades reológicas do ESA após a obtenção dos grânulos. Por fim, a utilização de PVP nas formulações evidenciou a perda de alguns flavonoides, sendo retirado da formulação final. No teste da gastroproteção, o ESA apresentou efeito na concentração de 50, 100 e 200 mg/kg. Além disso, o ESA e o G.E. apresentaram atividades antimicrobianas para cepas de Candida spp. A covalidação do método para o ESA, EL e a formulação efervescente foi considerada precisa e exata. Diante dos resultados, é possível deferir que os extratos das folhas de C. blanchetianus se mostraram eficientes quanto a extração de polifenóis, principalmente flavonoides; estabilidade térmica, dose segura, efeito gastroprotetor e antimicrobiano, possibilitando a obtenção do granulado como insumo em futuras formulações farmacêuticas.