Do ocaso do amor ao mundo ao amor mundi : singularidade e responsabilidade em Hannah Arendt – implicações ético-políticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: COSTA, Evandro da Fonseca
Orientador(a): MATOS, Junot Cornélio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao Integrada em Filosofia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37997
Resumo: Do ocaso do amor ao mundo ao amor mundi: singularidade e responsabilidade em Hannah Arendt – implicações ético-políticas parte da constatação de que nas contemporâneas sociedades de massastorna-se cada vez mais urgente a exigência ético-política de contraposição à possibilidade de reedição do fenômeno totalitário. Nesse contexto, verifica-se a atualidade do pensamento de Hannah Arendt que, atenta a essa realidade, confere à singularidade e à responsabilidade os contornos da contestação e da resistência. Por esse veio interpretativocompreensivo da mirada ético-política arendtiana, este trabalho, cujo foco é investigar o entrelaçamento das concepções de singularidade e de responsabilidade na obra de Hannah Arendt, trilha um caminho que vai do ocaso do amor ao mundo ao desafio do amor mundi. Nesse percurso, que se inicia por uma análise da alienação do mundo na modernidade, passa pela abordagem dos conceitos de ação, pensamento e juízo e chega ao delineamento de uma perspectiva ética na obra da autora, corrobora-se a tese de que o entrelace de singularidade e de responsabilidade é um modo genuíno de articular uma compreensão das imbricações entre ação, pensamento e juízo em Hannah Arendt, cujos rebatimentos ético-políticos permitem entrever, em sua obra, os traços de uma ética da responsabilidade política pelo mundo. Sob o horizonte da interconexão de humanidade e mundanidade, que situa o emergir da singularidade no espaçoentre os homens, demonstra-se que a obra de Arendt é expressão de uma decisiva concepção da singularidade humana na configuração de um quem que se revela como ser do mundo enquanto e à medida que com os outros desvela o mundo e compartilha da responsabilidade pelo que é comum. Tal responsabilidade efetiva-se na conexão entre os modos de politicamente se fazer presente pela experiência da ação e pela atividade judicativa do pensamento representativo que, por sua vez, são imprescindíveis na implementação de uma interação eumundo-outro que se pauta por uma ética da responsabilidade política pelo mundo. Será, pois, no entrelace de singularidade e responsabilidade que a abordagem arendtiana encontrará, em última instância, o suporte da ação em sua acepção performática, agonística e não-soberana, o arrimo para o desdobrar do pensamento como exercício de compreensão do que acontece e a base para a articulação e sustentação da atividade do juízo que, nesse pôr-se do pensamento junto aos outros, se torna ponte entre filosofia e política.