Idade, crescimento e padrões de recrutamento do Bobó, Sparisoma axillare, na APA Costa dos Corais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Lídia Bertoldi Gaspar, Ana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8641
Resumo: Os peixes-papagaio (Perciformes: Scaridae) constituem um dos grupos dominantes de herbívoros que habitam os recifes de coral. Geralmente, são hermafroditas protogínicos e apresentam fases dicromáticas seqüenciais, denominadas inicial (predominantemente fêmeas) e terminal (somente machos). A espécie Sparisoma axillare, endêmica à costa brasileira, compõe 29% da captura da pesca artesanal praticada nos recifes costeiros de Tamandaré, litoral sul de Pernambuco, APA Costa dos Corais, aonde é alvo da pesca de linha e arpão. Na região norte do estado e no Rio Grande do Norte o número de capturas da espécie com armadilhas, com finalidade de exportação, vem crescendo. Foram analisados dados referentes à composição de tamanhos, idade, crescimento e sexo de exemplares capturados pelas três pescarias. A análise dos otólitos sagittae seccionados apresentou idades estimadas entre 1 e 12 anos. A pesca de linha e arpão representou idades entre 1 e 10 anos, com maior freqüência nas classes de idade 3 e 4, então, foram obtidas amostras de maiores indivíduos a partir da pesca com armadilhas, nos quais as idades foram estimadas entre 8 e 12 anos. Os parâmetros de crescimento calculados variaram em função da inserção ou exclusão desses grupos. Em relação ao sexo, o crescimento foi diferenciado, com machos sendo maiores que as fêmeas da mesma idade, confirmando o já observado para outros scarídeos. Paralelamente, o padrão de recrutamento do bobó ao recife foi acompanhado por um ano com censos visuais realizados mensalmente em três topos recifais em Tamandaré, sendo um dentro de uma área de exclusão de pesca. A partir de 10 mm de comprimento total os juvenis são visualizados nos recifes, principalmente em áreas com alta abundância de macroalgas. O recrutamento ocorreu ao longo de todo o ano, com um período mais definido a partir de setembro, com uma queda na abundância entre junho e agosto. A abundância de recrutas foi maior no topo recifal da área protegida. A taxa de crescimento nesta fase, estimada por análise de progressão modal, foi 1.6. Esse primeiro estudo sobre idade e crescimento de um herbívoro nômade no Brasil é especialmente importante desde que os maiores indivíduos se tornaram alvo da pesca de armadilhas para exportação e essas informações são essenciais para a dinâmica populacional