Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
OLIVEIRA, Danielly Cantarelli de |
Orientador(a): |
CASTRO, Célia Maria Machado Barbosa de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Medicina Tropical
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30940
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Resumo: |
Desordens nutricionais e doenças tropicais negligenciadas tem representado um impasse na saúde pública devido a afetar populações vulneráveis. O Schistosoma mansoni é um parasita que possui grande dependência pelo metabolismo do hospedeiro, sendo sua patogênese fortemente influenciada pelo padrão alimentar do indivíduo. Estudos demonstram mudanças significativas no curso da esquistossomose em hospedeiros com alimentação hiperlipídica e/ou hipercalórica. O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da dieta hiperlipídica na produção de citocinas (IL-6, TNF-α, IFN-γ), perfil lipídico, histopatologia hepática e microbiota intestinal de camundongos infectados com Schistosoma mansoni. Foram formados quatro grupos experimentais: camundongos alimentados com dieta hiperlipídica infectados (DHI) ou não infectados (DHNI) e camundongos com dieta padrão infectados (DPI) ou não infectados (DPNI). Os animais foram infectados percutaneamente com cercárias de S. mansoni após 10 semanas de administração das respectivas dietas. Aos 45 dias de infecção, foram confeccionadas lâminas parasitológicas pela técnica de Kato-katz para determinação da infecção e contagem de ovos nas fezes. Na fase aguda da infecção (60 dias), foram coletadas amostras de sangue cardíaco para análise da produção de citocinas (TNF-α, IL-6 e IFN- γ) e perfil lipídico. Coletou-se fragmentos do fígado para análise histopatológica e histomorfométrica dos granulomas hepáticos, fezes na região distal do intestino para análise microbiológica e realizou-se perfusão porta-hepática para determinação da carga parasitária através da recuperação de vermes adultos. Os resultados das variáveis quantitativas foram expressos por média ± DP e os resultados das variáveis qualitativas, por frequências absolutas e relativas. A significância estatística para análise das hipóteses foi de 5%. Com relação à produção de citocinas, os grupos DHI e DPI apresentaram elevação na concentração sérica das citocinas IL-6 e IFN- γ quando comparado aos controles. As concentrações de TNF-α foram maiores no grupo DPI nas comparações com os demais. Na comparação com o DPI, o grupo DHI apresentou maior densidade de ovos nas fezes (p=0,02), maior recuperação total de vermes (p<0,001) e de vermes fêmeas (p=0,01). Não foram encontradas diferenças significativas na área média dos granulomas entre os grupos DHI e DPI, enquanto a contagem de granulomas mostrou-se elevada no DHI (p<0,001). Quanto às análises microbiológicas, a ordem das frequências das bactérias aeróbias encontradas foi a seguinte: Bacillus sp., Staphylococcus saprophyticcus, Escherichia coli, Klebsiella sp, Enterococcus sp., Serratia sp., Staphylococcus aureus e Corynebacterium sp. O grupo DHI apresentou o maior percentual de bactérias Gram negativas (50%), seguido pelo DHNI (42,86%). Conclui-se que a dieta hiperlipídica promoveu elevação da carga parasitária e induziu uma maior concentração de granulomas hepáticos, no entanto não houve diferenças significativas quanto à produção de citocinas e histomorfometria dos granulomas. Quanto à microbiota entérica, os grupos submetidos à dieta hiperlipídica apresentaram maiores percentuais de bactérias Gram negativas quando comparados aos respectivos controles. |