Partilha de habitat entre peixes territorialistas nos recifes de Tamandaré - PE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Cecília Gomes Pacheco, Andreza
Orientador(a): Padovani Ferreira, Beatrice
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8183
Resumo: A influência do hábitat na distribuição e abundância de juvenis e adultos de Stegastes fuscus, S. variabilis, Microspathodon chrysurus e indivíduos de Ophioblennius trinitatis, Labrisomus nuchippinis, Malacoctenus sp1 e M. delalandei, foi investigada em quatro tipos de topos recifais definidos de acordo com rugosidade e cobertura de algas: topo liso e topo com rugosidade média, ambos com cobertura dominada por Halimeda, Dictyota e Gellidiela; topo rugoso dominado por algas filamentosas e topo rugoso dominado por tapete de Amphiroa. Os censos dos peixes e a estimativa da densidade do ouriço Echinometra lucunter foram realizados através da metodologia do transecto de faixa, enquanto a cobertura do substrato foi determinada pela metodologia de interseção de pontos e a rugosidade através do transecto de corrente. A distribuição de adultos das espécies de Stegastes mostrou que ambas possuem preferência por topos com rugosidade maior, que apresentam maior disponibilidade de abrigo. S. fuscus foi a espécie dominante nos topos rugosos independente da cobertura de algas, apresentando a densidade positivamente correlacionada a rugosidade. Juvenis de S. fuscus ocorreram em todos os tipos de topo, não ocorrendo diferenças significativas na densidade. Juvenis de S. variabilis assentaram em todos os topos recifais, mas foram significativamente menos abundantes em topos dominados por adultos de S. fuscus. Adultos de S. variabilis ocorreram somente em topos lisos e com rugosidade média, com maior abundância nesse último, e foi ausente nos topos dominados por S. fuscus, indicando migração ontogenética de juvenis ou processos pós-recrutamento, como competição. Houve correlação negativa entre as densidades de adultos das espécies de Stegastes, indicando um possível efeito de exclusão. A densidade do ouriço E. lucunter foi maior nos topos com cobertura de algas filamentosas. Nessas áreas a abundância de S. fuscus esteve inversamente correlacionada à densidade de E. lucunter, indicando competição por herbivoria. Apesar de adultos de M. chrysurus ocorrerem em topos dominados pelo tapete de Amphiroa, eles foram encontrados principalmente naqueles dominados por algas filamentosas, onde juvenis estiveram restritos a colônias do hidrocoral Millepora alcicornis. A espécie O. trinitatis ocorreu preferencialmente no topo rugoso com algas filamentosas. A preferência pelo topo rugoso médio com maior diversidade de espécies de algas pela espécie críptica L. nuchippinis pode ser devido a maior proteção, abrigo e alimento disponibilizados por este topo. As espécies Malacoctenus sp1 e M. delalandei aparentemente não apresentaram preferência por tipo de topo, entretanto, isso pode ter relação com a metodologia utilizada. A rugosidade e composição do substrato foram determinantes na distribuição dos peixes territorialistas, porém, processos pósassentamento também exercem papel importante na estruturação dessas comunidades