“Eu vi a cara da morte e ela estava viva”: narrativas de mulheres protestantes sindicalistas rurais do Sertão Central de Pernambuco sobre a morte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: SANTOS, Débora Cavalcanti dos
Orientador(a): CORDEIRO, Rosineide de Lourdes Meira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/26594
Resumo: Esta investigação objetiva analisar a experiência de mulheres evangélicas, ativistas do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Sertão Central de Pernambuco (MMTR-SCdePE), sobre a morte de que são testemunhas. Para tal, fundamenta-se em uma abordagem teórica e metodológica de Pesquisa Narrativa. O argumento central é de que a trajetória religiosa dessas ativistas forja um modo particular de experiência e compreensão da morte. Para ter acesso às tramas e trilhas da morte em suas vidas, foi lançado mão de uma etnografia narrativa, utilizando como instrumentos, entrevistas narrativas, diários de campo, máquina fotográfica, fotografias e imersão in loco de pesquisa. Ao todo, foram 41 dias de permanência e convívio com as interlocutoras, em seus locais de fé, militância e moradia. A análise está estruturada a partir de dois eixos centrais e complementares. No primeiro são analisadas narrativas textuais, produzidas através de entrevistas gravadas e em sequência transcritas. No segundo, é realizada uma análise visual de fotografias sobre a morte feitas pelas mulheres. Os resultados indicam um intercruzamento entre a experiência da morte que foi testemunhada e a experiência religiosa com a divindade cristã protestante, que revela uma morte próxima e transforma esse evento em um fortalecimento de vida e de fé, podendo servir, inclusive, na conquista de novas conversões. Por outro lado, existe uma outra forma na religiosidade protestante rural de vivenciar essa experiência, através de anúncios da natureza. Nesse caso, a divindade intervém e fala através de sinais naturais, ao contrário de revelar-se diretamente ao fiel. Essa forma de contato, expressa vestígios de um catolicismo popular de raiz que não foi deixado totalmente de lado após a conversão das mulheres pesquisadas, pelo contrário, complementou-se ao seu novo sistema de crenças.