Práticas educativas maternas e transtornos comportamentais e emocionais da criança em idade escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: ARAÚJO, Maria Fernanda Muniz
Orientador(a): LUDERMIR, Ana Bernarda
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Saude Coletiva
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
SDQ
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/43284
Resumo: Investigar a associação de práticas educativas maternas (PEM) relatadas pelas próprias mães com os transtornos comportamentais e emocionais de seus filhos no início da escolaridade formal. Estudo transversal, realizado entre 2013 e 2014, com 631 pares mãe/criança, cadastrados na Estratégia de Saúde da Família do Distrito Sanitário II da cidade do Recife, Pernambuco. Integra estudo de coorte prospectivo delineado para investigar as consequências da exposição à violência pelo parceiro íntimo para a criança que nasceu da gestação que ocorreu entre 2005 e 2006. A prática educativa materna foi avaliada pela escala de conflitos Parent-Child Conflict Tactics Scale (CTSPC - versão mãe-criança) e os transtornos comportamentais e emocionais da criança pelo questionário de capacidades e dificuldades da criança - Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ - versão mãe). A associação entre os transtornos emocionais e comportamentais da criança e a PEM foi estimada através de razões de prevalência bruta e ajustada, utilizando-se a regressão de Poisson e considerando o intervalo de confiança de 95%. A prevalência da prática educativa materna violenta (PEMV) foi de 93,8% (592/631) sendo 91,4% (577/631) de agressão psicológica e 82,4% (520/631) de agressão física. O uso da disciplina não violenta foi referido por 97,6% (616/631) das mulheres, coexistindo com estratégias violentas de disciplinamento. As mães relataram altos scores de SDQ em 32,26% (n=191) das crianças expostas à PEMV. A regressão de Poisson demonstrou que a associação mais forte com o SDQ foi com a exposição à violência física (RPajustada = 1,62; IC95% 1,08–2,43; p=0,019). A alta prevalência de práticas educativas violentas, especialmente a agressão física está associada aos transtornos emocionais e comportamentais nas crianças. Há o envolvimento de fatores socioeconômicos e demográficos que influenciam tanto a orientação e execução das práticas educativas maternas quanto o aparecimento de transtornos nas crianças.