Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
MORAIS, Edclecia Reino Carneiro de |
Orientador(a): |
SANTOS, Maria de Fátima de Souza |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Psicologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32389
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Resumo: |
A demarcação dos limites da vida suscita reflexões sobre os alcances da ciência, da filosofia e da religião na definição do que é ou pode se tornar uma vida humana. Estas reflexões envolvem a sociedade na defesa de valores, na resistência a mudanças, além e gerar debates e tomadas de decisões, necessárias em várias dimensões da vida cotidiana. A espessura e mobilização social que esses temas causam na sociedade, permite trata-los como objetos de representação social, traçando o campo teórico da pesquisa, através de uma análise psicossocial à luz da teoria das representações sociais. O objetivo desta pesquisa foi compreender como o pensamento social é organizado e articulado para a manutenção de ideologias envolvidas na demarcação dos limites da vida, através da análise de representações sociais de aborto e eutanásia. Para tanto, foram realizados dois estudos, um através do jornal Folha de São Paulo com 567 matérias jornalísticas, publicadas entre 1983 e 2015, a partir do descritor: “bioética” e outro sobre as representações sociais de aborto e eutanásia com 351 estudantes dos cursos de direito, medicina e enfermagem de uma instituição pública. Foram utilizados os softwares Iramuteq e R.TeMis para auxílio no tratamento dos dados. O primeiro estudo – objetivou compreender a circulação da bioética, aborto e eutanásia na imprensa brasileira. Foram realizadas, nesse estudo, as análises de classificação hierárquica descendente e a análise de correspondência. Foi possível observar conteúdos que circulam como informações críveis sobre os conflitos bioéticos, sobre o aborto e a eutanásia, engajando essas práticas em um campo normativo e de valor, (des) legitimando-as enquanto práticas sociais. Foram identificados os principais interlocutores que são investidos de poder para conceituar, se posicionar e guiar o debate sobre esses assuntos, a saber: representantes do direito, da medicina, das ciências biotecnológicas e da Igreja Católica. Este estudo também permitiu verificar uma ligação simbólica produzida pela mídia investigada, no tratamento dado aos temas do aborto e da eutanásia. O segundo estudo - objetivou investigar as dinâmicas envolvidas na construção de representações sociais sobre aborto e eutanásia, por meio da análise de consensos e dissensos. Foram aplicados questionários de associação livre (termo indutor 1: aborto; termo indutor 2: eutanásia) para 351 estudantes universitários dos cursos de medicina, enfermagem e direito. Foram utilizadas as análises: prototípica, de similitude e de correspondências múltiplas. Com esse estudo, foi possível identificar a centralidade do termo morte na organização das representações socais sobre eutanásia e uma polarização entre atitudes positivas e negativas frente ao objeto aborto, evidenciando o caráter polêmico e conflituoso das representações socais sobre o aborto. Entre as representações sociais dos estudantes, também foi possível perceber uma proximidade entre as representações de aborto e eutanásia, através da ancoragem em sistemas de conhecimentos comuns. O enraizamento dessas representações socais em thêmata sobre o valor existencial da vida humana, permite a ligação desses objetos em um sistema representacional, e ativam princípios geradores e organizadores de variação nas tomadas de decisão, associando o aborto e a eutanásia a um sistema simbólico de crenças e valores compartilhados. |