Racismo ambiental urbano : impactos da vulnerabilidade socioeconômica nas ocupações do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: SILVA, Maysa Sabino da
Orientador(a): SILVA, Leonio José Alves da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55592
Resumo: As ocupações do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) desempenham um papel significativo na sociedade brasileira ao abordar questões cruciais relacionadas à moradia digna e à justiça social. O presente trabalho tem como objetivo geral avaliar o racismo ambiental urbano e os impactos da vulnerabilidade socioeconômica das Ocupações do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) no Município do Recife, localizado no estado de Pernambuco. Utilizou-se a metodologia qualitativa, descritiva, empregando entrevistas semiestruturadas e observação direta. A pesquisa de campo ocorreu entre outubro de 2022 e abril de 2023. Durante esse período, foram examinadas três ocupações originadas pelo movimento. A metodologia contemplada envolveu as seguintes etapas: levantamento bibliográfico, caracterização da área de estudo, interpretação de dados cartográficos, registro fotográfico, gravações de áudio e uso do receptor GPS para coleta da coordenada geográfica de cada ocupação. Foram aplicados 251 questionários com representantes de grupos familiares pertencentes ao movimento dos trabalhadores sem teto do município do Recife. Os resultados obtidos indicaram que parte significativa das pessoas que vivem nesse ambiente é vítima do racismo ambiental urbano. Esses trabalhadores, que vivem na informalidade apresentam elevados índices de vulnerabilidade social e econômica, revelando que esses assentamentos possuem uma vulnerabilidade global muito alta. Os principais aspectos são: assentamentos urbanos em áreas de risco, privação de direitos fundamentais, poluição atmosférica, geração de efluentes, falta de higiene adequada, insalubridade, exposição a riscos físicos, geração de resíduos sólidos, baixa renda e escolaridade dos trabalhadores. A omissão do Estado na fiscalização e regulamentação de políticas públicas habitacionais deixa esses trabalhadores vulneráveis e em situação risco, por isso, não conseguem romper com o meio em que estão inseridos, pois já nasceram dentro de uma exclusão social imperativa do modelo capitalista da concentração de renda. Dessa forma, o movimento social urbano é a fonte de esperança para a mobilização popular e o esforço coletivo para enfrentar desafios socioeconômicos críticos.