Acurácia do diagnóstico clínico da disfagia em crianças com paralisia cerebral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: ARAÚJO, Brenda Carla Lima
Orientador(a): ARAÚJO, Cláudia Marina Tavares de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12969
Resumo: O comprometimento neurológico em crianças com paralisia cerebral pode acarretar transtornos na deglutição. Este tipo de dificuldade frequentemente encontrado é denominado de disfagia, cujo diagnóstico deve ser realizado através de avaliação clínica e instrumental. A avaliação clínica é um método reconhecido ao longo do tempo e precede qualquer investigação complementar com característica mais objetiva. Porém, a avaliação clínica em alguns momentos é utilizada como único instrumento de diagnóstico e pode não fornecer informações fidedignas sobre as alterações na deglutição. Por outro lado, o exame de videofluoroscopia é considerado o método mais indicado no diagnóstico das disfagias, por permitir análise dinâmica desta função. O objetivo deste estudo foi avaliar a acurácia da avaliação clínica no diagnóstico das disfagias em crianças portadoras de paralisia cerebral, retardo neuropsicomotor e/ou disfunção neuromotora, através de sua comparação com o método videofluoroscópico da deglutição, este último considerado padrão ouro neste estudo. A amostra foi constituída por 93 crianças com diagnóstico de paralisia cerebral, retardo neuropsicomotor e/ou disfunção neuromotora com idade entre dois e cinco anos, selecionadas por conveniência através de encaminhamentos realizados por fonoaudiólogos, neuropediatras e/ou gastroenterologistas no período de março de 2010 a setembro de 2011. A coleta aconteceu em dois momentos distintos, com pesquisadores diferentes e cegos entre si, ou seja, o examinador que realizou a videofluoroscopia não teve conhecimento do desempenho da criança por ocasião da avaliação clínica e vice e versa. O valor da acurácia da avaliação clínica no diagnóstico das disfagias foi baixa e semelhante para as consistências pastosa (52,2%) e líquida (53,4%). A avaliação clínica apresentou baixa sensibilidade (65,4%) e valor preditivo positivo (59,6%), em relação à videofluoroscopia para o diagnóstico das disfagias para a consistência líquida. A especificidade foi baixa com valores menores (47,9%) nas consistências testadas. Não foi encontrada diferença estatisticamente significante entre os métodos estudados. Os resultados deste estudo demonstram, portanto, que a avaliação clínica pode, em alguns momentos, não ser capaz de detectar comportamentos alterados no processo de deglutição, devido à baixa acurácia. Deste modo, a videofluoroscopia é um método complementar importante para identificar alterações na deglutição nesta população.