Construção e usos da ironia em propagandas e romances

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Felix Valença Cintra, Liliane
Orientador(a): Saito Monteiro de Barros, Kazue
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7058
Resumo: Este estudo teve como objetivos caracterizar e definir a ironia, investigando suas diferentes estratégias de construção. Baseamo-nos em estudos de Tannen e Wallat (2008), que afirmam que todo tipo de interação é construída sobre estruturas de expectativa, isto é, noções do que seria comum ocorrer em determinadas situações comunicativas. Nosso corpus compõe-se de propagandas veiculadas em outdoors e dos romances A Caverna e A Jangada de Pedra, ambos de José Saramago. Uma definição comum de ironia a apresenta como modo de dizer algo, mas significar o seu contrário. (Muecke, 1970) Defendemos que a ironia não aparece apenas como um meio de expressar o contrário do que é dito, mas como modo de significar algo diferente o contrário, às vezes, mas, não sempre do enunciado. Essa diferença entre o que é dito e o que se quer dizer gera uma quebra nas estruturas de expectativa, o que ocasiona um efeito cômico, o qual, somado à crítica, produz a sensação de ironia. O fenômeno pode revelar-se sob três aspectos: (1) de forma predominantemente verbal, através de ditados populares, repetições e demais recursos linguísticos capazes de possibilitar uma interpretação dialética; (2) por meio da multimodalidade, em que fotos, desenhos e cores diferenciadas unem-se a recursos linguísticos para a produção de sentido; (3) por meio exclusivamente verbal, porém gerando uma imagem que, uma vez concluída, dispensa a linguagem utilizada em sua formação e inscreve-se como desenho crítico na mente dos leitores. Nosso conceito de ironia envolve duas características indispensáveis: a quebra das estruturas de expectativa e a possibilidade de interpretação em ao menos dois sentidos distintos