A imagem do Nordeste no jornalismo brasileiro no contexto dos anos 70 e 80 através de fotografias e textos do Jornal do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: GUEDES, Luciana Caravelas Cesar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9699
Resumo: O objeto deste estudo é analisar que imagem o Jornal do Brasil veiculou sobre o Nordeste brasileiro nos anos 70 e 80. Procura verificar como o contexto social e político influenciaram nas representações sociais do Nordeste brasileiro na imprensa nacional; detectar de que forma o campo jornalístico contribuiu na construção da identidade nordestina e na reprodução de estereótipos; identificar como as fotografias e as matérias jornalísticas revelam o cotidiano, o povo, os políticos, a cultura e a economia nordestina. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo, documental, feita a partir da análise de conteúdo de cerca de 500 reportagens veiculadas no Jornal do Brasil sobre a região, produzidas pela sucursal de Recife; bem como foi examinado o suplemento especial anual do jornal, chamado Caderno Nordeste, do período de 1975 a 1981. O estudo analisa, ainda, 60 fotografias do repórter fotográfico Natanael Guedes, buscando identificar as representações sociais contidas nas imagens e de que maneira seu estilo profissional, seu apego à região interferem na produção dessas imagens. A pesquisa ancorou-se em abordagens sociológicas da contemporaneidade, como, por exemplo, e a idéia de identidade cultural múltipla, contraditória, híbrida, móvel, defendida por Stuart Hall, Manuel Castells, Ernesto Laclau e Chantal Mouffe; a concepção da região Nordeste enquanto imagem e espaço construídos, representação social, identificadas nas obras de autores como Gilberto Freyre, José Lins do Rego, Raquel de Queiroz, Graciliano Ramos, Durval de Albuquerque, Djacir Menezes, Josué de Castro; bem como o conceito de campo social, desenvolvido por Pierre Bourdieu, especificamente o de campo e de habitus jornalístico. Os dados revelam que o Nordeste das décadas de 70 e 80 apresenta-se com imagens híbridas, multifacetadas, fragmentadas, com graves problemas sociais, como, por exemplo, enchente, seca e miséria, mas também rico, que se desenvolve economicamente, se industrializando; um Nordeste que reivindica, sabe o que quer. Nordeste de retirantes, mas também com políticos, artistas e intelectuais de projeção nacional. Nordeste repleto de praias bonitas, calmas e de águas mornas, com uma cultura e gastronomia diversificada. Nordeste de gente pacífica, mas também que faz greve, briga, comete violência. Nordeste estratégico para o governo central, mas também que quer ser independente. Nordeste onde o moderno convive com o arcaico; o presente se mistura cotidianamente com o passado. O olhar do repórter fotográfico Natanael Guedes, o campo profissional do jornalismo, a linha editorial do Jornal do Brasil, o cenário político, econômico e social da época, tudo isso contribuiu para a veiculação de várias imagens nordestinas que o JB mostrou nos anos 70 e 80. Assim, o que se tem não é Nordeste brasileiro, uma região unitária, homogênea, mas Nordestes brasileiros, uma região híbrida que produz identidades híbridas, heterogêneas, complexas e contraditórias. Palavras-chaves: Fotojornalismo; jornalismo; Jornal do Brasil; Natanael Guedes; Nordeste