Relações entre a imaginação e a iconicidade textual na obra Isaac no mundo das partículas : uma análise na construção de significados sobre o conceito de átomo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: MARINHO, Marília dos Santos
Orientador(a): SILVA, João Roberto Ratis Tenório da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao em Ciencias e Matematica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/56163
Resumo: O uso de narrativas ficcionais na Educação Científica possibilita situações didáticas através de relações entre elementos narrativos e a aprendizagem de conceitos abstratos. Todavia, não se tem investigado o papel desses elementos na aprendizagem, em termos de como eles se associam aos processos cognitivos dos estudantes. Nesta pesquisa, realizamos uma intervenção em uma turma de História da Química de um curso de licenciatura em Química, para investigar o papel da narrativa de Isaac no Mundo das Partículas ao se associar a níveis de iconicidade e à imaginação na aprendizagem do conceito de átomo. Para isso, consideramos a aprendizagem como uma construção de significados, a partir da Psicologia Cultural Semiótica. Tratando-se de uma pesquisa descritiva que se aproxima de uma explicativa, realizada por meio de um estudo de caso e uma pesquisa participante, realizamos uma intervenção com a turma inteira, mas nossos dados foram construídos pela análise qualitativa dos discursos escrito e falado de três estudantes (E1, E2 e E3). Ao analisar os dados de discussões e questionários, através da Teoria da Iconicidade Verbal, observamos que os estudantes realizam transformações diagramáticas e imagéticas do conteúdo da obra para construir significados sobre o átomo. Isso aconteceu através de relações de semelhança entre signos que remetem a outros signos icônicos (imagens mentais) e elementos fantásticos na história. Essas relações alimentaram movimentos imaginativos na aprendizagem, os quais se associaram a caminhos subjetivos traçados pelos estudantes. Para investigar como esses caminhos foram construídos, realizamos uma entrevista semiestruturada com cada participante. Através do modelo do Gegenstand, percebemos que a leitura possibilitou a emergência de vetores de significação, novos significados prospectados, a partir de processos criados pela interação estudante-livro. A presença de marcadores nos discursos dos participantes demonstrou que tais processos contribuíram para os vetores de ampliação, à medida que os aspectos da narrativa foram selecionados pelos estudantes e intensificados ao serem associados ao cotidiano; adaptação, quando os estudantes incorporaram falas dos personagens literários para significar o átomo na realidade; e afetividade, observado no discurso de E2, quando a estudante associou elementos fantásticos da narrativa às suas memórias afetivas para significar o átomo. Nessa perspectiva, nossos achados apontam que a relação Ciência-Literatura em sala de aula não só alimenta conexões entre fantasia e mundo real, mas, ao gerar movimentos imaginativos na aprendizagem, possibilita trocas e ações no mundo concreto para a construção de significados de conceitos abstratos.