É impossível substituir uma amizade fraternal : as conquistas de um intelectual em uma biografia de Mauro Mota (1908-1983)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: AMARAL, Tércio de Lima
Orientador(a): TEIXEIRA, Flávio Weinstein
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Historia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/43485
Resumo: Esta tese é uma biografia intelectual sobre o poeta, jornalista, geógrafo e gestor cultural Mauro Ramos da Motta e Albuquerque, mais conhecido como Mauro Mota. Nascido no início do século XX na capital pernambucana, ele passou parte da juventude no município de Nazaré da Mata, no interior do estado, e mais tarde formou-se na Faculdade de Direito do Recife, em 1937. Com a carência de cursos na área de ciências humanas e sociais no período, assim como outros intelectuais de sua época, não exerceu a carreira jurídica e trilhou sua vida profissional a partir das redações dos jornais impressos. Iniciou a carreira no jornal Diario da Manhã, em 1935, ligado à família do governador Carlos de Lima Cavalcanti. Posteriormente, em 1941, ele foi contratado pelo Diario de Pernambuco, dos Diários Associados, onde consolidou sua carreira como editor de um suplemento literário bastante influente na região Nordeste, colunista e diretor da empresa. Nossa tese analisa, além de sua importância para o jornalismo, a obra intelectual, as redes de relacionamento e a participação dele em instituições de caráter científico e cultural, como a Academia Brasileira de Letras e o Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais. Desenvolvemos este trabalho sobre Mauro Mota a partir de dois eixos téoricos proporcionados pelo debate de filósofos como Judith Butler e Vladimir Safatle: a construção da identidade sujeitada e relacional. Por meio de sua relação com o sociólogo Gilberto Freyre, tratamos a dependência e subordinação àquele que foi o principal nome das ciências sociais e humanas de Pernambuco no século XX. Mauro construiu sua identidade pública sob a sombra da obra freyriana, além de cumprir ordens, caprichos e copiar traços da obra do sociólogo seus trabalhos jornalísticos e científicos. Essa relação lhe proporcionou ganhos expressivos, mas veio, muitas vezes, acompanhada de um alto preço, como a aliança com o Golpe de 1964. Já o aspecto relacional defendido neste trabalho se apresenta por meio das relações – estratégicas e mesmo afetivas – travadas por Mauro Mota ao longo da vida, como a com o crítico Álvaro Lins, amigo de infância, e intelectuais que orbitavam dentro da esfera do suplemento literário. Mauro Mota foi um dos principais nomes da intelectualidade pernambucana no período e a análise de sua obra intelectual, bem como as práticas relacionais em torno dela, é de fundamental importância para entendermos a trajetória e o legado de uma geração que foi atuante e influente até meados da década de 1980 em Pernambuco.