Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
MONTEIRO, Genivaldo Paulino |
Orientador(a): |
SAYÃO, Sandro Cozza |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Filosofia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/56302
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Resumo: |
Depois do arrependimento do físico Julius R. Oppenheimer sobre o uso da bomba de hidrogênio (1945), a relação entre técnica, ética e política tornou-se tema recorrente no debate filosófico. Chegado o século XXI, deparamo-nos com a emergência de uma nova reflexão sobre os efeitos da técnica no âmbito da ação humana. Com o desenvolvimento das novas tecnociências (biotecnologia, engenharia genética, tecnologias da comunicação e da inteligência), põem-se em debate diversas questões: Quais os limites da ação humana no estágio atual da técnica? Quais os pressupostos capazes de conduzir a práxis na ‘civilização tecnológica’? Partindo dessas indagações, propôs-se como objetivo desse estudo: analisar e discutir a relação entre técnica e ação humana a partir do pensamento de Hannah Arendt. A concepção mais longínqua da relação entre essas atividades remonta à ideia prometeica do humano, amparada numa visão instrumental e emancipadora da téchne. No entanto, foi só a partir do século XX que autores como Heidegger, Anders, Marcuse, ao pôr em questão essa ‘antiga concepção’, denunciaram as consequências políticas do desenvolvimento tecnocientífico, atribuindo, assim, a esse tema um status filosófico. Em meio a esse debate, autoras como Hannah Arendt produziram relevantes reflexões acerca do sentido ético- político da ação humana, nos auspícios da chamada ‘civilização tecnológica’. De acordo com Arendt (2018), a crise que acometeu o antigo vínculo entre praxis e téchne, possui origens no século XVII. Pois, foi a partir daí que a ação humana passou a ser concebida como mero ‘comportamento’, em detrimento de sua definição como praxis, em consequência das mudanças no campo da ciência e da técnica. O processo de ‘tecnificação’ daí decorrente alterou o sentido das atividades básicas da vita activa (trabalho, obra, ação), constituidoras da condição humana. Diante desses argumentos, procurou-se, nesse estudo, identificar e discutir o vínculo entre praxis e téchne, no contexto tecnológico do século XXI, tomando como referência o pensamento arendtiano. Partindo, inicialmente, das considerações de Arendt em A condição humana (2018), identificamos a especificidade e originalidade do seu pensamento em torno da ‘ação’ e da ‘técnica’, enfatizando a novidade e superação proporcionada por sua obra sobre os antigos paradigmas em torno desses temas. No segundo momento, a partir de um diálogo com diferentes autores/as (Lyotard, 1997; Jonas, 2006; Lazzarato, 2006; Morozov, 2018; Han, 2022), enfatizamos a relevância das ideias desenvolvidas por Arendt. Sua atualidade pode ser verificada no debate contemporâneo a partir das ênfases dadas por esses ao caráter: ontológico, político e ideológico da téchne, tal como já fora vaticinado por Arendt em diferentes momentos de suas obras. |