Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Alberto Antônio da |
Orientador(a): |
SANTOS JÚNIOR, José Araújo dos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Tecnologias Energeticas e Nuclear
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31123
|
Resumo: |
As mesorregiões da Borborema, Central Potiguar e Sertão Paraibano, localizadas nos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte, são conhecidas pelas enormes áreas sedimentares que apresentam minerais com concentrações anômalas de radionuclídeos das séries do urânio e tório, que contribuem significativamente para elevar os níveis de radiação de fundo nas águas subterrâneas. O objetivo desta pesquisa consistiu em uma ampla monitoração radiométrica e química em águas de poços utilizadas para consumo. Para a monitoração, foram realizadas medidas "in situ" de parâmetros físico-químicos e utilizados os métodos analíticos de contagem alfa e beta total em um detector proporcional de fluxo contínuo, a espectrometria gama com detector HPGe para caracterização do ²²⁶Ra e ²²⁸Ra, e ICP-MS para determinação das concentrações totais de urânio, tório, chumbo e bário. Também foi avaliado o risco decorrente da ingestão desses radionuclídeos, por meio da determinação da dose equivalente efetiva e estimativas para excesso de risco de osteosarcoma e carcinoma de crânio. Os valores obtidos foram comparados com os limites estabelecidos pela Portaria Nº 2914/11 do Ministério da Saúde, que normatiza a qualidade da água para consumo humano e com a ICRP - 60. Considerando os parâmetros físico-químicos analisados, apenas a turbidez e os sólidos totais dissolvidos não atenderam, na totalidade das amostras, os limites impostos pela Portaria. Em relação à concentração dos metais, apenas o urânio natural e o chumbo total, com "outliers" de 360 μg/L e 50 μg/L, respectivamente, excederam os limites determinados pela Portaria. O valor de referência para radioatividade alfa total foi excedido em seis pontos amostrados, com valores compreendidos entre 0,59 e 1,19 Bq/L. Em relação a radioatividade beta total, os resultados variaram de 0,15 a 8,93 Bq/L, e em dezoito pontos amostrais apresentaram concentrações em atividade superiores ao valor de referência. As concentrações em atividade para o ²²⁶Ra variaram de 0,09 a 3,77 Bq/L, enquanto para o ²²⁸Ra, variaram de 0,02 a 1,27 Bq/L. Foram observados pontos que excedem em 4 e 13 vezes, os valores estabelecidos como limites para ²²⁶Ra e ²²⁸Ra, nessa ordem. A análise dos resultados da razão isotópica ²²⁸Ra/²²⁶Ra indicaram que em 95% dos pontos investigados o ²²⁶Ra predomina em relação ao ²²⁸Ra. Para o cálculo de dose equivalente efetiva foram levados em consideração os parâmetros de incorporação por ingestão para indivíduos do público, cujas doses foram estimadas para se avaliar a contribuição relativa desses radionuclídeos decorrente da ingestão dessas águas. Foram encontrados valores de até 13 mSv/y, sendo as doses mais elevadas observadas na faixa etária entre 1 e 17 anos. O risco de indução de câncer devido à ingestão destes radionuclídeos também foi avaliado. Considerando o consumo sistemático das águas estudadas pode ser esperado um excesso de 148 casos, em comparação com à taxa de incidência natural de sarcoma ósseo. Em relação ao carcinoma de crânio as estimativas foram inferiores ao valor médio estimado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA). As ordens de grandeza encontradas oferecem riscos radiológicos à saúde da população, porém, as estimativas encontradas demonstram que novos estudos deverão ser realizados, objetivando uma melhor caracterização em relação aos pontos monitorados. |