Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
NASCIMENTO, Joalline Carla Alves do |
Orientador(a): |
SANTOS, Elisabeth Cavalcante dos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
PPrograma de Pós-Graduação em Gestão, Inovação e Consumo
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55907
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Resumo: |
Durante as minhas leituras para me aprofundar nas teorias que me guiaram nesta pesquisa, pude perceber que há uma lacuna interseccional quanto aos estudos das práticas organizativas de gênero que têm a interseccionalidade enquanto ferramenta teórico-metodológica. Isso porque, comumente, as mulheres não-brancas, com deficiência, de classe baixa, de corpo que foge do padrão hegemônico e que não seguem o padrão heterocisnormativo, são excluídas das pesquisas. Ao mesmo tempo, também identifiquei que há uma negligência das práticas de gênero nos Estudos Organizacionais (EOR). Desta forma, esta pesquisa teve como objetivo compreender como as práticas de gênero acontecem dentro de organizações de atuação jornalística de Caruaru-PE, a partir de uma análise interseccional das vivências de mulheres jornalistas/estudantes de jornalismo. Do ponto de vista teórico, recorri aos Estudos Baseados em Prática (EBP), sobretudo a partir de Theodore Schatzki; e aos estudos de gênero, com o foco voltado para as mulheres, principalmente levando em consideração as discussões de Judith Butler e Joan Scott. Quanto à metodologia adotada para a operacionalização desta pesquisa, ontologicamente, parti do ponto de que as práticas constituem a realidade social e, consequentemente, as organizações; epistemologicamente, recorri à perspectiva construtivista, com inspiração no pós-estruturalismo; o paradigma desta pesquisa é o interpretativista e também as teorias da prática, a partir de uma análise interseccional; adotei a abordagem metodológica qualitativa e de caráter exploratório, com a entrevista semiestruturada e em profundidade e o diário de campo como instrumentos de coleta; e, por fim, analisei os dados a partir da análise de conteúdo proposta por Laurence Bardin. No total, entrevistei 17 mulheres. Como principais resultados, identifiquei 11 categorias de análise/elementos constituintes das práticas de gênero. Foram as/os seguintes: ingressar em área predominantemente masculina; hostilidade; microagressões; silenciamento e invisibilidade; assédio e objetificação; manipulação; sobrecarga; pagamento de salários diferentes; racismo; homofobia, bifobia e transfobia; e resistências. Concluo que contribuí com o preenchimento da lacuna interseccional e também com o fortalecimento da importância – e da necessidade – que as pesquisas sobre as práticas de gênero têm nos EOR, além de propor estudos futuros sobre a mesma temática, sobretudo com mulheres que possuam marcadores sociais da diferença menos privilegiados socialmente. |