A nova fábrica do mundo : relações de trabalho e sistema penal no capitalismo financeirizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: RAMOS, Raissa Lustosa Coelho
Orientador(a): ESTEVES, Juliana Teixeira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Direito
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/52043
Resumo: Esta dissertação consiste numa reflexão crítica sobre as relações entre capital, trabalho humano e sistema prisional, a partir da teoria foucaultiana. Ao reconstituir a história do modo de produção capitalista e seus impactos na subjetividade humana, a pesquisa aborda como nasceu a pena de prisão moderna e de que forma o direito foi instrumento decisivo nesse processo. Partindo para o mundo contemporâneo, diante do capitalismo financeirizado, da precarização do trabalho e da previdência, acompanhados da deterioração das condições sociais e do aumento do encarceramento, buscou-se postular sobre as relações entre cárcere e fábrica hoje. Ainda, faz breves considerações sobre a versão brasileira dessa problemática, num contexto em que colonialismo e escravidão desempenharam papel central em tornar as dinâmicas de capital e punição mais tensas. Ao longo da história humana, os modos de coerção capitalista mudaram: se antes camponeses eram expulsos de suas casas e obrigados a trabalhar nas fábricas ou serem presos nas workhouses, hoje, é a uberização e a fragmentação do trabalhoque demonstram a capacidade elaborada do neoliberalismo em aprisionar pessoas por meio da subjetividade, para além das ações concretas do sistema capitalista.Buscou-se apresentar também algumas críticas de autoras e autores contemporâneos sobre a crise do capital na segunda década de XXI, como Nancy Fraser e Wendy Brown, que atualizam o projeto filosófico foucaultiano. Isso tudo para evidenciar que as forças de controle, vigilância, punição e miséria do trabalho que vivenciamos hoje não são consequências de novas crises, mas são frutos de problemas antigos que já foram apontados por outros estudiosos críticos.