Avaliação sistemática dos fatores envolvidos para assegurar a qualidade dos medicamentos termolábeis através da cadeia fria

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: SILVA, Thiago Douberin da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Ciencias Farmaceuticas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38563
Resumo: Um dos maiores desafios atualmente na logística farmacêutica é assegurar que os medicamentos termolábeis cheguem ao paciente com qualidade. Excursões de temperatura são acumulativas e podem causar dano ao paciente. A legislação brasileira vigente ainda é ineficiente quanto a diretrizes técnicas que possibilitem a gestão da garantia da qualidade na cadeia fria. Este estudo teve o intuito de analisar o cenário da cadeia fria atual, e avaliar os fatores utilizados na conservação e monitoramento da temperatura e a capacitação dos profissionais envolvidos. Tratou-se de um estudo transversal prospectivo, onde aplicou-se um questionário eletrônico semiestruturado, para a coleta de dados, direcionado a 231.767 farmacêuticos a nível Brasil. O total da amostra foi de 1793 farmacêuticos (IC: 99,998%; ME: 5%; p:0,00002). Foi prevalente farmacêuticos do gênero feminino (72,1%), da região Sudeste (57,0%), formados a mais de 5 anos (59,8%), pós-graduados ao nível de especialização (53,6%) e atuantes em farmácias comerciais e comunitárias (33,6%). Identificou-se que 74,1% contatou que o transporte é a etapa mais crítica; que 97,2% afirmaram que o modal escolhido influencia na qualidade nos produtos; Pôde-se constatar que 52,5% dos farmacêuticos informaram somente haver parâmetros (ferramentas) parciais para a avaliação da qualidade e que os produtos possivelmente chegam alterados no consumidor final devido à cadeia fria (59,8%). Foi visto que os profissionais não possuem treinamento específico aos medicamentos termolábeis (66,9%) e informaram não receber as fichas técnicas dos produtos através dos detentores do registro (50,9%). Somente 24,1% dos farmacêuticos acreditam ser capacitados para analisar os relatórios de validação. Pôde-se evidenciar a ausência de marcações nos registos manuais (50,6%) e que 30,6% dos equipamentos utilizados não são validados. Ainda foi constatado o armazenamento de medicamentos nas portas e próximos ao congelador nas geladeiras domésticas (45,5%). A não aferição de 100% da temperatura dos produtos recebidos foi afirmada por 56,7%, além de 35,8 afirmarem visualizar a presença de alimentos junto aos produtos. É prevalente a utilização de geladeiras para a conservação (68,7%) e os termômetros para aferição dos parâmetros (45,3%). Em 56,6% informaram não existir reclamações relacionadas a excursões de temperatura ou análise técnicas das excursões de temperatura (57,8%). Foi visto que 58,7% dos estabelecimentos não possuem mapeamento térmico e que 55,3% dos profissionais desconhecem a durabilidade térmica das embalagens. Os farmacêuticos ainda informaram não ter participado da CP n° 343/2017 (81,1%), porém os que informaram ter participado, as contribuições foram absorvidas pela RDC n°304/2020 (62,9%). A cadeia fria é potencialmente perigosa para qualidade dos medicamentos termolábeis. Os farmacêuticos devem buscar capacitação para o manuseio dos produtos termolábeis e implantar ferramentas que garantam e evidenciem a qualidade dos produtos. Sendo assim, o cenário atual quanto ao armazenamento e transporte se mostra potencialmente inadequado e preocupante.